quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Adolescentes da Funase aprendem a produzir adereços de Carnaval

Oficina, que usa massa de biscuit na fabricação de brincos, é ministrada por agente socioeducativa do Cenip Recife

Gliter, cola e massa de biscuit. Com poucos ingredientes e muita criatividade, adolescentes internados provisoriamente na Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) estão desenvolvendo uma atividade artística e profissionalizante em clima de Carnaval. A mistura colorida dá origem a brincos, colares e pulseiras artesanais que podem ser usados na hora da folia. O material é distribuído gratuitamente entre familiares dos socioeducandos ou vendido para outros visitantes por até R$ 5 em bazares da instituição.

As oficinas artísticas ocorrem no Centro de Internação Provisória (Cenip) Recife, unidade da Funase onde adolescentes com idades entre 12 e 18 anos passam até 45 dias aguardando decisão judicial sobre um eventual cumprimento de medida socioeducativa. Por conta do período reduzido de permanência e da alta rotatividade do público interno, o curso tem duração adaptada a essa realidade e é concluído em menos de uma semana, com turmas de oito socioeducandos. As aulas incluem noções sobre a modelagem e pintura da massa de biscuit, a decoração com gliter e a colocação delicada de pedrinhas coloridas. Por fim, basta aguardar a secagem.


As aulas são ministradas pela agente socioeducativa Alexandra Rodrigues, que é assistente social e já havia desenvolvido as oficinas com outros públicos de adolescentes antes de começar a atuar na Funase, em outubro de 2018. Juntamente com outra agente, Adriana Nunes, a experiência com biscuit teve início ainda no período de férias escolares, quando foram produzidos enfeites para lápis. Em fevereiro, por conta da proximidade do período momesco, as atividades passaram a ter ligação com o Carnaval. “Cheguei aqui e percebi que havia possibilidade de desenvolver esse trabalho. Acredito que isso contribui para que eles saiam fortalecidos, com mais autonomia e até com possibilidade de gerar renda. É o papel do educador social, que é como me vejo”, destaca Alexandra.

O projeto é acompanhado pela equipe de pedagogia da unidade que, neste início de 2019, está ganhando novos espaços para a prática de atividades educativas, esportivas e de qualificação profissional. “Estamos preparando a programação do ano de maneira muito positiva, contando com salas para jogos, capoeira, informática e oficinas, com o apoio de vários funcionários que têm habilidades que podem ser transmitidas para os adolescentes”, afirma a coordenadora técnica do Cenip Recife, Cristyane Galindo. “Eu já estou no quarto dia de atividade e estou gostando. Acho muito importante aprender coisas novas”, complementa o socioeducando K.R., de 17 anos, que está participando da oficina de confecção de adereços carnavalescos.



Imagens: Marcelo Vidal/SDSCJ

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