segunda-feira, 23 de maio de 2022

Doença silenciosa e sem cura, glaucoma já atinge 1 milhão de brasileiros




 
Principal causa de cegueira irreversível no mundo, o glaucoma é uma doença silenciosa e sem cura. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no mundo, até 2020, a estimativa é de que 80 milhões de pessoas sofram pelo glaucoma. No Brasil, o problema abrange cerca de um milhão de pessoas, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG).
 
O combate ao glaucoma se torna ainda mais importante neste mês de maio, que é dedicado à prevenção contra a cegueira causada pela doença. O dia 26 de maio, inclusive, é o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma. A data é garantida por lei no Brasil, oficialmente instituída a partir da Lei nº 10.456, de 13 de maio de 2002.
 
A oftalmologista Hayana Rangel, do Hospital de Olhos Santa Luzia, destaca a importância da campanha. “Por ser em geral uma doença silenciosa, sem muitos sintomas nas fases iniciais, a pessoa só descobre ser portadora de glaucoma após procurar o oftalmologista. Isso porque consulta de rotina, avalia-se a pressão ocular e possíveis alterações na retina e nervo óptico”, explica.
 
O glaucoma é uma doença que causa aumento da pressão ocular e afeta o nervo óptico. Apesar de não ter cura, é possível tratar a doença. “Existem várias modalidades de tratamento. A escolha de qual utilizar para cada indivíduo é baseada na fase e no tipo de glaucoma, doenças associadas, expectativa de vida e cotidiano do paciente. Há desde tratamento com colírios, laser e cirurgias. Todo tratamento é individualizado”, afirma a médica.
 
A oftalmologista acredita inclusive que a pandemia terá impacto no aumento de casos de glaucoma, apesar de ainda não existirem estudos confirmando a hipótese. “Dados científicos ainda são escassos, mas na rotina do consultório, vários pacientes deixaram de procurar a ajuda do médico oftalmologista; tanto para o diagnóstico precoce do glaucoma quanto para o acompanhamento do controle da doença”, argumenta.
 

Sintomas
Em geral, o indivíduo portador de glaucoma não apresenta sintomas nas fases iniciais. Mas conforme a doença evolui, há perda do campo visual periférico e se não diagnosticado e tratado corretamente, esta perda pode ser de todo campo. Em alguns tipos de glaucoma, os sintomas como dor ocular, cefaléia, olhos vermelhos e desconforto podem aparecer.
 
 
Tipos de Glaucoma
 
• Glaucoma de ângulo aberto:
Também conhecido como Glaucoma Crônico, é o mais comum em adultos, sendo responsável por cerca de 80% dos casos. Nesse tipo, o aumento da pressão intraocular é progressiva e assintomática em estágios iniciais, sendo necessário o diagnóstico precoce pelo médico oftalmologista.
 
• Glaucoma neovascular:
Glaucoma de evolução rápida, que apresenta pressão intraocular muito elevada. Seu surgimento está associado a outras doenças, como a diabetes que provoca lesões na retina que, se não forem tratadas com rapidez, provocam este tipo de glaucoma.
 
• Glaucoma congênito:
Uma das principais causas de perda de visão infantil e juvenil, o Glaucoma congênito pode ser rapidamente diagnosticado, já que pode apresentar sinais típicos, como: aumento do globo ocular com a córnea aumentada e turva, além de outros sintomas como: olhos vermelhos, olhos lacrimejantes e fotofobia (sensibilidade à luz).
 
•Crise de fechamento angular (antigamente nomeado de “glaucoma agudo”):
Quando o sistema de drenagem do olho possui alguma obstrução mecânica, damos o nome de crise de fechamento angular. É uma emergência clínica que precisa ser prontamente tratada. Caso o tratamento seja postergado pode evoluir para glaucoma de ângulo fechado com chance de perda irreversível da visão.
 
 
Fatores de risco
O glaucoma pode acometer qualquer faixa etária, desde bebês com o glaucoma congênito; adolescentes com o glaucoma juvenil e os adultos e idosos com vários outros tipos da doença.
Mas algumas situações aumentam o risco de desenvolver a doença, como: pressão ocular alta, espessura da córnea fina, história familiar de glaucoma, usuário crônico de corticoide, episódios de inflamação ocular, idade acima dos 40 anos e diabetes mellitus.


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