quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Janeiro Roxo: saiba os sintomas, prevenção e tratamento da hanseníase

A doença pode causar incapacidades físicas, principalmente nas mãos, pés e olhos. Todas as unidades de saúde da família da Secretaria de Saúde do Recife realizam o diagnóstico e tratamento da enfermidade

 




O primeiro mês do ano será alusivo à hanseníase. Conhecida como “Janeiro Roxo”, a campanha alerta sobre a importância do diagnóstico precoce, prevenção e tratamento da doença, que é crônica, infecciosa e causada pela bactéria Mycobacterium Ieprae. A enfermidade pode causar incapacidades físicas, principalmente nas mãos, pés e olhos.

 

A infecção acomete pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade, inclusive crianças e idosos. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil ocupa a 2ª posição do mundo entre os países que registram novos casos. No Recife, de janeiro a agosto deste ano, foram diagnosticadas 197 novas confirmações da enfermidade na população geral e nove em menores de 15 anos.

 

Todas as unidades de saúde da família da Secretaria de Saúde do Recife realizam o diagnóstico, que é rápido, simples e essencialmente clínico, e tratamento da doença, que é feito com antibióticos e tem duração de seis ou 12 meses. Poucos dias após o início, o usuário deixa de transmitir a doença. “Quanto mais rápido for diagnosticada, maior a chance de não ter sequelas. É importante que a população saiba que a hanseníase tem cura e que tanto o diagnóstico quanto o tratamento estão disponíveis, gratuitamente, no Sistema Único de Saúde (SUS)”, explica a coordenadora do Programa Municipal de Hanseníase, Sâmmea Grangeiro.



 

Além disso, na Policlínica Lessa de Andrade, funciona o serviço de sapataria, voltado para os pacientes de hanseníase que necessitam de calçados especiais. Para ter acesso ao serviço, é necessário que o paciente seja encaminhado pela unidade básica, através do médico, fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional, que informa todas as especificidades do item a ser confeccionado. A sapataria produz palmilha de descompressão, sandálias, dorso flexor, splinter, entre outros.

 

A transmissão ocorre quando uma pessoa com hanseníase, na forma infectante da doença, sem tratamento, elimina a bactéria para o meio exterior através do espirro ou tosse, infectando outras pessoas que têm maior probabilidade de adoecer. A doença acomete principalmente os nervos superficiais da pele e troncos nervosos periféricos (localizados na face, pescoço, terço médio do braço e abaixo do cotovelo e dos joelhos), mas também pode afetar os olhos e órgãos internos (mucosas, testículos, ossos, baço, fígado, etc.).

 

Essa evolução ocorre, em geral, de forma lenta e progressiva, podendo levar a incapacidades. “A hanseníase ainda é uma doença muito estigmatizada e, por isso, muita gente deixa de ir atrás do diagnóstico e, consequentemente, não realiza o tratamento. Isso acaba provocando essas incapacidades, que não são apenas físicas, mas também sociais e emocionais”, pontua Sammea. 

 

Os sinais e sintomas mais frequentes da hanseníase são: manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade térmica (ao calor e frio), tátil (ao tato) e à dor; áreas com diminuição de pelos e do suor; dor e sensação de choque, formigamento, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas; inchaço de mãos e pés; diminuição da sensibilidade e/ou da força muscular da face, mãos e pés; úlceras de pernas e pés; caroços (nódulos) no corpo; febre, edemas e dor nas articulações; entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz; ressecamento nos olhos.


FOTOS: IKAMAHÃ / SECRETARIA DE SAÚDE DO RECIFE/ ARQUIVO (fotos tiradas antes da pandemia)
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