sexta-feira, 26 de maio de 2023

Iniciativa pernambucana premiada no II Congresso Internacional de Alimentação Escolar

Relato de atividade realizada na EREFEM Monsenhor Manuel Marques foi um dos quatro do país a compor a programação do evento



Um projeto de educação nutricional desenvolvido na Escola de Referência em Ensino Fundamental e Médio (EREFEM) Monsenhor Manuel Marques, localizada no bairro da Mangabeira, Zona Norte do Recife, foi destaque no II Congresso Internacional de Alimentação Escolar, realizado em Brasília (DF), de 23 a 25 de maio. O relato da atividade "O Percurso do Alimento do Campo à Mesa da Escola", proposta pela nutricionista Iara Alves, foi um dos quatro do país escolhidos para apresentação no congresso, representando Pernambuco no evento. O texto também compõe a publicação com os 20 melhores relatos participantes da 4ª Jornada de Educação Alimentar e Nutricional, promovida pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Em 2022, mais de mil relatos de atividades foram executadas pelo Brasil. 


“São quatro etapas da jornada durante o ano. O FNDE define os temas de cada uma e a gente desenvolve ações de educação nutricional na escola escolhida no projeto. No final do ano, eles selecionam os 20 melhores relatos da jornada e o nosso relato da primeira etapa foi selecionado para compor o livro. Dentre esses 20, apenas quatro (um de cada etapa) foram selecionados para serem apresentados no congresso”, explica Iara, Coordenadora de Alimentação Escolar da Gerência Regional de Educação (GRE) Recife Norte. 


Ariana Coutinho, gestora da EREFEM Monsenhor Manuel Marques, também esteve presente no evento para receber a premiação e apresentar o relato. “A gente recebeu a proposta de Iara com muita vontade. Enxergamos muito potencial em desenvolver um trabalho ligado à alimentação escolar e celebramos a possibilidade de aplicar isso num período de transição, tanto pós-pandêmico quanto de modalidade de ensino regular para o ensino de tempo integral, em que os alunos passaram a ter mais de uma refeição”, compartilha a gestora. 


A participação ativa de toda a comunidade escolar na execução do projeto foi o que chamou atenção da organização do congresso, segundo Iara. “Gestão, professores, merendeiras, alunos protagonistas e demais colaboradores, todos trabalhamos juntos durante as etapas da jornada. Foi realmente um trabalho muito bonito de unidade que nos fez chegar até aqui”, celebra a nutricionista. Para Ariana, a oportunidade de alinhar conteúdos interdisciplinares com a proposta foi um fator de engajamento. "Eu acho que a sacada foi essa: a gente conectar as pessoas e trabalhar o pertencimento, a afetividade, o acolhimento, que era a palavra de ordem no contexto do ano passado”, complementa.  


A gestora ressalta que uma alimentação criativa promove grande impacto na rotina dos estudantes. “A nossa comunidade escolar da Mangabeira é muito carente. Percebo a precariedade das famílias. A questão da fome, do desemprego, das mães solos, e de como isso afeta o desempenho escolar dos nossos estudantes. O momento da refeição é um momento de paz”. 


Projeto

Na semana que antecedeu o desenvolvimento do projeto, professores da escola trabalharam o tema em sala de aula através de vídeos educativos. No dia da atividade, quatro cenários interligados por um caminho foram montados no pátio da escola: uma fazenda (montada ao lado da horta da escola), uma feira orgânica, um mercadinho e a cantina escolar. O objetivo foi fazer com que os alunos pudessem vivenciar, de maneira lúdica, o percurso do alimento desde o campo até a mesa da merenda escolar, onde um cardápio foi preparado com os alimentos encontrados no caminho percorrido.

A atividade ainda contou com uma refeição coletiva e uma palestra da nutricionista sobre o tema. Foi abordada a importância do consumo de alimentos naturais, que possuem maior valor nutricional quando comparados com os alimentos industrializados e ultraprocessados. “Foi um momento educativo muito interativo, que pôde envolver os colaboradores da escola e contar com a participação ativa dos alunos, fortalecendo a autonomia e ajudando na tomada de suas decisões com relação à alimentação saudável”, conta o relato produzido por Iara e premiado no congresso. 


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