segunda-feira, 28 de agosto de 2023

DOM HELDER CÂMARA: o arcebispo progressista que marcou a história do Brasil

O Patrono Brasileiro dos Direitos Humanos  e "Profeta da Paz" nos deixou em 1999.



“O Dom do Amor”, como era popularmente conhecido, nasceu em Fortaleza- CE, em 07 de fevereiro de 1909 e faleceu no Recife em 27 de agosto de 1999. Foi um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e grande defensor dos direitos humanos durante a ditadura militar no Brasil. Foi arcebispo de Olinda e Recife e uma das figuras mais marcantes da Igreja Católica e da história do Brasil no Século XX. Pregava uma igreja voltada para os mais pobres e não-violência.

Dom Hélder Câmara seguiu a carreira religiosa desde cedo. Ordenado Padre em 1931, ele rapidamente chama atenção por sua postura engajada nas questões sociais. Sua preocupação com a pobreza e a desigualdade se tornaram marca registrada da sua trajetória. Com sua postura progressista e compromisso com a justiça social ele se destacou como defensor dos mais pobres e oprimidos.

Em 1964, com o golpe militar que instaurou uma ditadura no Brasil, Dom Hélder Câmara viu-se diante de um cenário ainda mais desafiador. Ele denunciou as injustiças cometidas pelo regime e a violação dos direitos humanos e sua postura fez com que se tornasse um dos principais opositores do regime militar. Durante a sua atuação como arcebispo de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara criou a ação pastoral operária (APO), dedicada a apoiar os trabalhadores e combater as condições desumanas de trabalho.

Além disso ele se envolveu em diversos projetos de desenvolvimento social, com a criação de comunidades eclesiais de base, que buscavam promover a participação popular e a construção de uma sociedade mais justa. Dom Hélder Câmara também teve um papel importante na luta pelos direitos indígenas e pela preservação do meio ambiente, em defesa dos povos originários. ele denunciou a devastação causada pelo agronegócio e defendeu o direito à Terra e a cultura indígena, enfrentou resistência por partes dos setores conservadores da igreja e também da sociedade brasileira. Entretanto, seu legado foi indiscutivelmente marcante.

Sua atuação levou à criação da comissão pastoral da terra, que até hoje luta pela reforma agrária e pelos direitos dos trabalhadores rurais. Por sua atuação, recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais. Foi indicado quatro vezes ao Prêmio Nobel da Paz e deixou um importante legado de luta e esperança.




Sua postura engajada e corajosa inspira inúmeras pessoas em busca de um mundo mais justo e solidário. Sua contribuição para a história do Brasil e para a igreja católica são inegáveis e seu exemplo continua vivo, como lembrete de que o compromisso com a justiça social é um dever de todos. Por tantas feitorias, a Lei nº 13.581, de 26 de dezembro de 2017, declarou Dom Helder Câmara como o Patrono Brasileiro dos Direitos Humanos.


 Por Tânia Lima


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