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quarta-feira, 10 de dezembro de 2025
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Estudantes de Petrolina desenvolvem cadeira de rodas automatizada de baixo custo
Realizado em parceria com a IFSertãoPE, projeto foi apresentado como Trabalho de Conclusão do Fundamental
É possível desenvolver uma cadeira de rodas automatizada, eficiente e de baixo custo? Com essa questão em mente, alunos do 9º ano da Escola de Referência em Ensino Fundamental e Médio (Erefem) Nossa Senhora Aparecida, na zona rural de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, iniciaram o projeto Inclutec: Rodas Inteligentes, Horizontes Ampliados. Coordenados pelo professor Gilmar Aparecido, o grupo de seis estudantes apresentou o material como Trabalho de Conclusão do Fundamental (TCF).
No decorrer do projeto, os alunos colocaram em prática aprendizados de disciplinas eletivas de Robótica, bem como de oficinas do IF Educa 4.0, núcleo de extensão tecnológica do Instituto Federal Sertão Pernambucano (IFSertãoPE), parceiro da escola no desenvolvimento da cadeira automatizada. Enquanto os estudantes da Erefem ficaram responsáveis pela parte mecânica do produto, a instituição contribuiu com a etapa de programação.
Com a reutilização de uma cadeira de rodas antiga, foram adicionados componentes com valores acessíveis como sensores ultrassônicos, motores e baterias econômicas para o processo de automação. Parte dos materiais utilizados na produção foram doados e a gestão da escola cobriu os custos de duas baterias.
O sistema foi programado em Arduíno, o qual permite o controle simples dos movimentos das rodas através de comandos no controle. Foi implementado, ainda, um sistema sonoro que emite alertas em diferentes frequências de acordo com a proximidade dos obstáculos.
O objetivo do grupo era facilitar a locomoção de pessoas com deficiência física ou motora e, consequentemente, melhorar a autoestima, a autonomia e a qualidade de vida de quem usa cadeira de rodas por meio da tecnologia. Um exemplo dentro da própria Eferem Nossa Senhora Aparecida incentivou a prática, conforme explicou Gilmar Aparecido.
“Um projeto só é bom quando melhora a vida das pessoas. Na escola, nós temos uma aluna que usa cadeira de rodas e também tem deficiência visual. Os alunos perceberam a dificuldade dela para locomoção e me perguntaram se a gente podia desenvolver uma cadeira de rodas com sensores”, disse.
Com diálogo entre inclusão digital e educação básica, o projeto reuniu práticas interdisciplinares e aplicadas ao contexto da acessibilidade, além de fortalecer o protagonismo dos estudantes da Rede Pública. “Foi um projeto importante porque a gente vê a aplicabilidade de conteúdos trabalhados em sala de aula em um projeto que visa a resolução de problemas. Os alunos se superaram mostrando que, mesmo com as dificuldades, tivemos sucesso”, acrescentou o professor Gilmar Aparecido.
Estudante da Escola Poeta Carlos Drumond de Andrade conquista medalhas nos Jogos Escolares Sul-Americanos 2025
José Cezar Santos arrematou duas medalhas de ouro e duas de prata na competição que foi disputada em Assunção, no Paraguai
Pernambuco em destaque no atletismo Sul-Americano. O estudante José Cézar Santos, da Escola Poeta Carlos Drumond de Andrade, que fica localizada no município de Petrolina, brilhou durante os Jogos Escolares Sul-Americanos 2025. Na competição, que foi realizada na cidade de Assunção, no Paraguai, o pernambucano conquistou, ao todo, quatro medalhas no atletismo adaptado, sendo duas de ouro e duas de prata. Com mais esse resultado, José Cézar se consolida como uma das grandes referências do estado no paradesporto escolar.
“Foi uma alegria imensa poder, mais uma vez, representar o meu país em uma competição internacional como os Jogos Escolares Sul-Americanos. As provas foram muito difíceis, exigiram muita preparação e superação, mas treinei muito para chegar até aí e, graças a Deus, fui recompensado com essas medalhas. Levo comigo o orgulho de representar minha escola, minha família, minha cidade e o estado de Pernambuco e agradeço a todos que torceram por mim”, completou o atleta.
As medalhas de ouro vieram nas provas de arremesso de peso e no revezamento integrado 5 x 80 metros. Já as de prata foram conquistadas no salto em distância e na prova dos 80 metros rasos. O desempenho expressivo demonstra não apenas o talento do estudante, mas também sua dedicação e disciplina. O resultado foi muito comemorado pelo secretário executivo de Esportes da Secretaria de Educação, Marcos Nunes.
“Resultados como o de José Cézar mostram a força do esporte como ferramenta de transformação social. Ele é um exemplo de talento, superação e dedicação, que orgulha Pernambuco e inspira outros jovens a acreditarem no seu potencial. Essa conquista é fruto do empenho do atleta, da sua família, da escola e do trabalho integrado que vem sendo desenvolvido para fortalecer o esporte escolar e o paradesporto em nosso estado”, afirmou Marcos.
José Cezar garantiu vaga na competição internacional após se destacar nos Jogos Escolares Brasileiros (JEBs), onde conquistou o título em sua modalidade e assegurou a classificação para representar o Brasil no Sul-Americano. Desde o início da carreira, o estudante vem sendo acompanhado de perto pelo professor e treinador de atletismo Adriano Cunha, que tem papel fundamental no seu desenvolvimento nas competições.
“O resultado de José Cézar é fruto de muito esforço, dedicação e, principalmente, de acreditar que é possível ir além. Ele é um atleta extremamente disciplinado, comprometido com os treinos e que nunca deixou de sonhar. Ver um estudante da escola pública chegar a uma competição internacional e conquistar tantas medalhas é motivo de muito orgulho para todos nós. Isso mostra que, com apoio, trabalho e oportunidade, nossos jovens podem alcançar grandes conquistas”, enfatizou o treinador.
Além das medalhas, José Cezar e o técnico Adriano Cunha também trouxeram para a Escola Poeta Carlos Drummond de Andrade o troféu de Campeão Sul-Americano Escolar, resultado do excelente desempenho do atleta, que voltou a subir ao lugar mais alto do pódio no arremesso de peso, garantindo o título pelo segundo ano consecutivo, em 2024 e 2025.
A conquista internacional representa mais do que resultados esportivos. Para a comunidade escolar, o feito simboliza a ampliação de horizontes, o fortalecimento da autoestima e a prova de que a escola pública é um espaço de oportunidades. A participação nos jogos possibilitou, ainda, uma rica troca de experiências culturais e esportivas.
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Baile do Menino Deus faz cortejo inédito pelas ruas do Recife com 300 artistas e músicos
Desfile pelo Bairro do Recife terá elenco do espetáculo, passistas de frevo, blocos líricos de carnaval e a Orquestra Sinfônica do Recife
O encanto da vivência de um Natal com alma brasileira e sem os artifícios importados das celebrações estrangeiras promovido pelo “Baile do Menino Deus: Uma brincadeira de Natal” ganha novos contornos com a realização de um cortejo inédito pelas ruas do Recife Antigo neste domingo. A concentração será no Cais da Alfândega, a partir das 15h30, com apoteose no encontro simbólico do Natal com o carnaval através da união de pastoris, reisados e cavalo marinho com a Orquestra Sinfônica do Recife, blocos líricos e passistas de frevo. Ambos afagam a ansiedade para as tradicionais apresentações realizadas nos dias 23, 24 e 25 no Marco Zero do Recife.
O cortejo percorre as ruas do bairro até a Praça do Arsenal da Marinha com enredo, cantores, músicos e bailarinos da ópera popular unidos a grupos de pastoril, reisado, guerreiro e cavalo marinho e, abrindo alas para o novo ciclo de festas, blocos líricos, a Orquestra Sinfônica e a passistas da Escola de Frevo do Recife no trecho final do trajeto. Serão aproximadamente 300 pessoas envolvidas diretamente no resgate de uma tradição do período natalino cuja manifestação tem sido cada vez menos recorrente.
"Ao longo desse tempo, a gente vem ganhando um reconhecimento da imprensa local e nacional como o grande espetáculo de Natal deste país. É o reconhecimento de muito trabalho da produção, do elenco, de uma construção que já está no imaginário do pernambucano. Ficamos muito felizes com o convite da Prefeitura do Recife para fazer um cortejo natalino. Além do elenco do Baile, a gente vai agregar outras atrações que também dialogam com o Natal, como pastoril, reisado, cavalo marinho, blocos que têm linguagem que dialoga com o ciclo natalino, a Escola Pernambucana de Circo", comemora a diretora de produção do tradicional espetáculo do Marco Zero, Carla Valença, da Relicário Produções - realizadora do cortejo junto com a Prefeitura do Recife.
“As cantigas de lapinha e de pastoril acabaram se tornando marchas de bloco carnavalesco, aqui no Recife, e marchas rancho, no Rio de Janeiro. Temos dezenas de marchas de pastoras em Pernambuco que se transformaram em marchas de bloco. Esse diálogo existe. Teremos o Baile, espetáculo natalino, vamos ter reisado, guerreiro, pastoris, cavalo marinho, tipicamente do ciclo natalino. E, fechando o cortejo, teremos dois blocos clássicos - Pierrot de São José e o das Ilusões - que cantam marchas de bloco iguais às cantadas no Baile do Menino Deus”, diz Ronaldo Correia de Brito, autor e diretor do Baile.
A encenação tradicional na semana de Natal é renovada com a participação do bailarino Dimas Popping e a introdução dessa dança de rua marcada pelos movimentos robóticos e bastante popularizada por Michael Jackson no clipe de Moonwalker, a “estreia” do sanfoneiro e ícone do forró nordestino Flávio Leandro na apresentação ao ar livre (esteve no filme do Baile, de 2021) e a repaginação de cenas e composições clássicas do espetáculo. “Incorporamos novas músicas, textos e personagens, como fazemos anualmente. O Baile é um grande guarda-chuva que incorpora tudo que o Recife e o Brasil produzem. Tem um olhar para o que o mundo produz. Temos um pé no popular e na tradição, porque essa é a cultura no Nordeste, do Recife”, diz Ronaldo.
O quarteto de Mateus passa por mudança, em 2025, depois de quase uma década sem alteração. Arcoverdense e fundador da Companhia de Retalhos, Djaelton Quirino se une aos colegas e atores Sóstenes Vidal, Arilson Lopes e Daniel Barros no rodízio interpretativo dos brincantes protagonistas da narrativa em busca da casa onde nasce o menino sagrado para realizar uma festa. Ele substitui Paulo Pontes, envolvido em outros projetos artísticos no período natalino.
HISTÓRIA
O espetáculo foi lançado como livro em 1983 e, desde 2004, faz parte do calendário oficial do principal palco a céu aberto do Recife - o Marco Zero - ao lado dele, só o carnaval e a Paixão de Cristo. Em 2024, se tornou Patrimônio Imaterial da cidade - o título reconhece o prestígio de atrair milhares às apresentações anuais, ter virado filme, paradidático do MEC e inspirar montagens Brasil afora.
O Baile tem viés sincrético e narra a busca dos Mateus sob tons existenciais e entrecortada por criaturas fantásticas da tradição, manifestações culturais legadas pela confluência dos povos formadores (negro, indígena e ibérico) - eles esbarram na dificuldade de abrir a porta da casa, ponto de conexão metafórico atemporal com a realidade para provocar reflexão sobre falta de oportunidades, exclusão, desigualdade social, privilégios, esperança de caminhos desobstruídos. A encenação costura, no palco, manifestações como cantigas, danças, brincadeiras, costumes, rezas, figuras folclóricas. A representatividade ressoa na incorporação de elementos da matriz afrodescendente e indígena com destaque da trama.
O Baile mantém um rodízio frequente, no palco, de artistas renomados da música brasileira - de Lia de Itamaracá a Elba Ramalho, Tizumba, Chico César, entre outros. Em 2025, nomes como Flávio Leandro, expoente do forró, e Maestro Spok, ícone do frevo e do jazz brasileiros, estão no elenco do espetáculo.
A história nasceu a partir do desejo dos amigos Ronaldo Correia de Brito, Assis Lima e Antonio Madureira (Zoca) de ver um auto de Natal entremeado pelas tradições universais e brasileiras, sem reproduzir o formato importado de celebração repleto de elementos inexistentes no clima tropical. A primeira edição no Marco Zero foi em 2004, em arrojada iniciativa de levar o auto de Natal a palco a céu aberto, com acesso gratuito.