Realizado em parceria com a IFSertãoPE, projeto foi apresentado como Trabalho de Conclusão do Fundamental
É possível desenvolver uma cadeira de rodas automatizada, eficiente e de baixo custo? Com essa questão em mente, alunos do 9º ano da Escola de Referência em Ensino Fundamental e Médio (Erefem) Nossa Senhora Aparecida, na zona rural de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, iniciaram o projeto Inclutec: Rodas Inteligentes, Horizontes Ampliados. Coordenados pelo professor Gilmar Aparecido, o grupo de seis estudantes apresentou o material como Trabalho de Conclusão do Fundamental (TCF).
No decorrer do projeto, os alunos colocaram em prática aprendizados de disciplinas eletivas de Robótica, bem como de oficinas do IF Educa 4.0, núcleo de extensão tecnológica do Instituto Federal Sertão Pernambucano (IFSertãoPE), parceiro da escola no desenvolvimento da cadeira automatizada. Enquanto os estudantes da Erefem ficaram responsáveis pela parte mecânica do produto, a instituição contribuiu com a etapa de programação.
Com a reutilização de uma cadeira de rodas antiga, foram adicionados componentes com valores acessíveis como sensores ultrassônicos, motores e baterias econômicas para o processo de automação. Parte dos materiais utilizados na produção foram doados e a gestão da escola cobriu os custos de duas baterias.
O sistema foi programado em Arduíno, o qual permite o controle simples dos movimentos das rodas através de comandos no controle. Foi implementado, ainda, um sistema sonoro que emite alertas em diferentes frequências de acordo com a proximidade dos obstáculos.
O objetivo do grupo era facilitar a locomoção de pessoas com deficiência física ou motora e, consequentemente, melhorar a autoestima, a autonomia e a qualidade de vida de quem usa cadeira de rodas por meio da tecnologia. Um exemplo dentro da própria Eferem Nossa Senhora Aparecida incentivou a prática, conforme explicou Gilmar Aparecido.
“Um projeto só é bom quando melhora a vida das pessoas. Na escola, nós temos uma aluna que usa cadeira de rodas e também tem deficiência visual. Os alunos perceberam a dificuldade dela para locomoção e me perguntaram se a gente podia desenvolver uma cadeira de rodas com sensores”, disse.
Com diálogo entre inclusão digital e educação básica, o projeto reuniu práticas interdisciplinares e aplicadas ao contexto da acessibilidade, além de fortalecer o protagonismo dos estudantes da Rede Pública. “Foi um projeto importante porque a gente vê a aplicabilidade de conteúdos trabalhados em sala de aula em um projeto que visa a resolução de problemas. Os alunos se superaram mostrando que, mesmo com as dificuldades, tivemos sucesso”, acrescentou o professor Gilmar Aparecido.