Em entrevista concedida ao apresentador José Luiz Datena,
Marina Silva, pré-candidata à presidência da República pela REDE
Sustentabilidade, não poupou palavras para condenar o esquema de propinas
envolvendo o governo do presidente Michel Temer, investigado pela Operação
Skala, por supostas irregularidades no Decreto dos Portos, editado em 2017.
“Este é mais um agravante da crise que estamos vivendo em
relação à ética na política. No Palácio do Planalto, já há sete pessoas
escondidas atrás do foro privilegiado sendo, o próprio presidente da república,
uma delas. Michel Temer só não está sendo igualmente investigado, porque o
próprio Congresso Nacional, após inúmeras negociatas, livrou o presidente de
ser investigado como qualquer cidadão que comete crime”, enfatizou.
A Operação Skala, deflagrada pela Polícia Federal nesta
quinta-feira, coloca o presidente diante da possibilidade de uma terceira
denúncia criminal. As prisões provisórias, do advogado José Yunes, amigo e
ex-assessor do presidente Michel Temer, o dono da Rodrimar, Antônio Greco, além
de outros aliados do presidente, como o ex-ministro da Agricultura e
ex-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) Wagner Rossi,
foram decretadas com base em fortes indícios de práticas de crimes por
corrupção.
Marina acredita que a prisão de empresários e políticos
já representa uma vitória para a democracia. No entanto, defende que só com o
fim do foro privilegiado, a justiça poderá ser de fato mais igualitária.
“Precisamos urgentemente derrubar o foro porque ele virou um espaço de
impunidade. E tem muita gente que vai se candidatar nessas eleições, não para
prestar um serviço à sociedade, mas por desejar esse salvo-conduto”, afirmou.
Para a pré-candidata à presidência da REDE se a chapa
Dilma-Temer tivesse sido cassada pelo TSE, com a consequente convocação de nova
eleição, talvez essa crise não estivesse sendo aprofundada. “A transição
precisava ter sido feita por alguém com credibilidade e legitimidade, o que não
é o caso de Temer, que está escondido atrás do foro, como os seus ministros
igualmente investigados e, infelizmente, outros mais de 200 deputados. O
presidente da República deve ser o servo da democracia, o servo do respeito. E
não o contrário” , pontuou.
Marina ressalta que não é possível que a sociedade
continue acreditando que aqueles envolvidos nos escândalos e que criaram os
problemas é que vão resolvê-los. O cidadão brasileiro terá um enorme poder
nessas eleições, porque agora já sabe qual é a verdade que se escondia por trás
discursos dos marqueteiros escondendo os volumosos esquemas de corrupção.
Fonte: Partido Rede Sustentabilidade
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