Em Feira Nova, a conclusão é nesse sábado (08)
Nesta
época que o mês de maio e de Maria combinaram, fazendo com que esta celebração
conte com devoções especiais organizadas cada dia durante todo o mês. Este
costume durou, sobretudo, durante o século XIX e é praticado até hoje.
Na
paróquia costuma-se rezar no mês de maio uma oração diária do Terço e muitas
preparam um altar especial com um quadro ou uma imagem de Maria. E nas capelas
e casa das famílias na zona rural, as imagens de Maria e dos Santos, são
colocadas em Oratório (espécie de capela).
Além disso, trata-se de uma grande tradição a coroação de Nossa Senhora,
no último dia do mês, um costume conhecido como Coroação de Maio.
Na
comunidade de Feira Nova, na zona rural, de Orobó, há um exemplo muito
importante sobre esta vivência católica em relação ao mês de maio. O agricultor
João Gomes, que é conhecido por Dão, relata que a tradição de celebrar o mês
Mariano em casa com as famílias, é uma tradição dos seus avós. O livro que a
comunidade reza o Exercício, já tem mais de dois séculos. A jaculatória é
recitada em Latim.
O município
de Orobó predomina o espírito da religiosidade, e tem um diferencial na parte cultural
na tradição religiosa, sendo o mês Mariano vivenciado até o início de junho. Em
Feira Nova, a conclusão é nesse sábado dia 08. Todos os sábados e nos dias 10 e
20 é recitado o ofício da Virgem Maria e no dia do encerramento é feito a
consagração com a programação extensiva. Será realizada uma procissão com a
imagem da santa saindo da casa de uma família da comunidade percorrendo pela Vila,
e encerrando na casa da família que iniciou a programação. No final, acontece
uma ceia com comidas típicas e regional que será servida a toda comunidade. É
um costume que está se consolidando no tempo, tornando-se elemento folclórico
de certas partes da zona rural do município.
Um
grande diferencial da religiosidade de Orobó é a grande quantidade de padres
nascidos no município. Ter um padre na família era o desejo de muitas famílias
oroboenses, sobretudo, antigamente. Ir para o Seminário, representava, por
circunstâncias locais, a oportunidade ideal para os pais verem seus filhos
estudando, com perspectivas de um futuro diferenciado, voltado para Deus.
Assim, a messe prenunciava-se rica nesse particular, e com esse pensamento
divino, o município de Orobó ganha 15 padres, filhos da terra, para orgulho dos
conterrâneos. Nos próximos dias, um deles, padre Antônio Lucena, estará como
vigário paroquial na igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição.
Porém,
o número de padres nascidos em Orobó que foram elevados ao episcopado
impressiona. Nasceram, Dom José Vicente Távora – Arcebispo Metropolitano de
Aracajú, falecido em 3 de abril de 1979; Dom Severino Mariano de Aguiar – Bispo
da Diocese de Pesqueira, faleceu aos 92 anos; Dom Otávio Barbosa de Aguiar,
atuou na Arquidiocese de Maceió; Dom João da Mata Amaral – Bispo da Diocese de
Cajazeiras-PB, Bispo da Diocese de Manaus-AM, e faleceu como Bispo da Diocese
de Niterói-RJ; Dom Gentil Diniz de Barreto – Bispo da Diocese de Mossoró-RN; e
Dom Manuel dos Reis – atualmente Bispo Emérito de Petrolina-PE.
O
que se observa, ao menos por enquanto, não há qualquer indício de que a
religião católica esteja perdendo força no município. A religiosidade e a
devoção a Nossa Senhora da Conceição são muito fortes, e uma explicação para
tantos padres e bispos naturais de Orobó é a fé. A crença em Deus, no entanto,
tem fortes aliados terrenos. Há ainda outro fator a que pode ser atribuída à formação
de tantos padres, o incentivo das famílias com inabalável tradição religiosa
que gostariam de ver um de seus integrantes como representante da Igreja
Católica.