Caravanas das três regiões do Estado com mais de duas mil trabalhadoras rurais e lideranças do campo e da cidade vão até Brasília-DF protestar contra a retirada de direitos, machismo e todas as formas de violência contra as mulheres. A 6º Marcha das Margaridas acontecerá nos dias 13 e 14 de agosto e traz nesta edição o lema: “Margaridas na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência”. A mobilização é organizada pela Contag em parceria com outros movimentos sociais de mulheres e feministas.
No domingo (11), as caravanas vão sair de 19 cidades de diversas regiões de Pernambuco em direção à capital federal. Do Recife, as margaridas partirão pela manhã da Praça do Derby. “Vou estar em Brasília pela democracia e pelo fim da violência contra a mulher. E também pelas políticas públicas como a questão do crédito, o direito à terra, o direito à documentação e tudo aquilo que nós agricultoras, pescadoras e seringueiras precisam para viver com dignidade”, conta Arlinda Antônia, 69 anos, do município de Santa Cruz da Baixa Verde, que vai pela primeira vez para a mobilização.
Ela também quer a continuidade da previdência social e do Sistema Único de Saúde (SUS) para que as pessoas possam envelhecer com saúde. “Vamos em busca de visibilidade, respeito e reconhecimento. Não vamos pedir esmolas, mas exigir direitos que são nossos”, conclui a líder sindical.
As mulheres vão apresentar uma plataforma política contendo 10 eixos com propostas e políticas que estão ameaçadas na atual conjuntura. O acesso das mulheres ao Pronaf Mulher e outras linhas de crédito, a garantia de 5% dos recursos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) a grupos produtivos de mulheres, a Patrulha Maria da Penha Rural e a aquisição de Unidades Móveis para atendimentos as mulheres em situação de violência são algumas das reivindicações.
“Em sete meses de mandato, o governo federal tem mostrado que não dará prioridade as pautas das trabalhadoras rurais. O que temos visto são medidas que seguem na contramão com cortes orçamentários e desmonte dos programas de fortalecimento da agricultura familiar, especialmente, das ações de organização produtiva das mulheres rurais”, diz Adriana do Nascimento, diretora de Mulheres da Federação de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco (Fetape) explicando que nesta marcha não haverá entrega de uma pauta ao presidente da República.
Em Pernambuco, a marcha é coordenada pela Fetape em parceria com mais de 30 organizações de mulheres do campo e da cidade, sindicatos rurais e urbanos de diversas categorias, centrais sindicais, ONGs, associações, cooperativas, redes e articulações municipais e regionais, além do apoio de parlamentares e secretarias de governo dos municípios e do estado.
História - O ato, que está em sua sexta edição, teve início no ano 2000, e acontece a cada quatro anos. A Marcha homenageia a líder sindical paraibana, Margarida Maria Alves, que dedicou a vida a lutar pelos direitos de trabalhadores e trabalhadoras rurais. Após inúmeras ameaças, Margarida foi assassinada pelo latifúndio, em 12 de agosto de 1983. Porém, uma das premissas do movimento de mulheres é de que
Margarida virou semente e se espalhou por todo o país e pelo mundo.
Programação
13 de agosto
9h – sessão solene no Plenário Ulysses Guimarães - Câmara dos Deputados
14h – Mostra de Saberes e Sabores das Margaridas
14h às 16h30 – Atividades de caráter formativo
19h – ato político cultural de abertura
14 de agosto
6h – concentração no pavilhão do Parque da Cidade
7h – saída da marcha em direção a Esplanada dos Ministérios
11h – ato de encerramento
Assessoria de imprensa:
FETAPE
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