A pré-estreia do vídeo “Margaridas de Pernambuco em Marcha”, no auditório da sede social da Fetape, na noite desta segunda-feira (16), em Carpina (PE), foi um momento de emoção, amor e reconhecimento da mulher na luta por direitos e em defesa da equidade de gênero. A exibição do documentário contou com a participação de mais de 100 educadoras e educadores populares da Enfoc-PE, direção da Fetape, assessorias e entidades parceiras. As três personagens que dão vida aos filmes (Arlinda, Vanessa e Cícera) também marcaram presença.
De acordo com a diretora de Política para as Mulheres da Fetape, Adriana do Nascimento, o filme mostra os processos de organização das mulheres e relata, a partir de personagens reais, a trajetória de três mulheres do movimento sindical que se doaram na construção da 6ª Marcha das Margaridas. Esse filme é um instrumento audiovisual onde podemos abordar temas de suma importância como o feminismo, agroecologia, participação política, organização, e tantos outros que são importantes para o nosso movimento e para toda sociedade”, destacou.
A diretora do filme, Shaynna Pidori, mandou uma mensagem em vídeo agradecendo a oportunidade de contar a história das margaridas de Pernambuco e desejou que o vídeo possa contribuir na luta das mulheres diante da atual conjuntura. Ela tem se dedicado a documentar a história de lideranças femininas do Nordeste. Entre suas produções está o documentário Terra de Nazaré, que conta a história de Nazaré Flor, referência na luta pela terra no Ceará.
O curta metragem (26 min) mostra a trajetória das mulheres de Pernambuco na preparação da 6º Marcha das Margaridas com foco na experiência inédita no 1º curso de formação política de mulheres de Pernambuco pela Escola Nacional de Formação da Contag (Enfoc). Também foram produzidos 3 vídeos menores que contam a história de cada uma das personagens. O lançamento oficial da série ocorrerá em 2020 nas redes sociais da Fetape e também nos polos de atuação da Federação.
Relatos das personagens:
“Isso foi um desafio pra mim que me ajuda a crescer como ser humano, como jovem, como mulher, como defensora que eu acabei me descobrindo, defensora do meu povo, dos agricultores. Defensora das minhas margaridas porque eu não posso permitir que elas sofram, porque quando elas são agredidas, também estão me agredindo”, Vanessa Alves liderança jovem que foi a marcha das margaridas pela primeira vez.
“Eu percorria os municípios inteiros levando as mulheres junto com Vanete Almeida para o sindicato porque elas não participavam do movimento sindical. Eram só os homens. E agradeço a Deus por me colocar naquele lugar nessa missão porque as mulheres precisam ser reconhecidas como pessoas importantes, como agricultoras e pessoas que têm o direito de participar dos movimentos”, Antônia Arlinda, liderança com mais de 40 anos de participação na luta sindical.
“Nós dos movimentos sindicais e sociais precisamos muito ainda registrar e sistematizar a nossa história porque os jornais do Brasil e do mundo não vão divulgar as nossas histórias. Se a gente não divulgar ninguém vai divulgar. E olhando para os filmes, compare o que Vanessa e Arlinda sofreram para entrar no sindicato? Vamos perceber algumas diferenças. Na época que Arlinda iniciou no movimento, as mulheres não tinham sequer o direito de serem sócias. E precisamos misturar essas histórias porque nós mulheres ainda somos muito discriminadas no movimento”, Cícera Nunes, que entrou jovem no movimento e se tornou a primeira mulher presidenta da Fetape.
FONTE: FETAPE
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