Carlos Dias, da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Joaquina Lira, não desistiu de ser professor mesmo quando foi diagnosticado com a doença
O sonho de ser professor venceu o câncer. É assim que o estudante Carlos Dias, da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Joaquina Lira, de Aliança, Zona da Mata de Pernambuco, resume a história da sua vida. O adolescente de 17 anos foi diagnosticado com a doença em 2019, ano de fazer a última prova do vestibular seriado da Universidade de Pernambuco, o Sistema Seriado de Avaliação (SSA) 3. Na época, a notícia abalou, mas não deteve o sonho de Carlos. Hoje, após o resultado do SSA 3, o futuro professor de História celebra a vida com saúde e sede de ensinar.
Desde criança o sonho de ser professor motivava cada vez mais o adolescente a estudar. “Eu queria ser professor, mas ainda não sabia de qual disciplina”, lembra. No oitavo ano do Ensino Fundamental, ele decidiu que queria cursar e fazer história no Brasil e no resto do mundo. “Eu sempre tive vontade de inovar em sala de aula. Ensinar de um jeito diferente para fazer a diferença na educação brasileira e, mais lá na frente, no mundo”, frisa. Os estudos, combustível desse desejo, iam bem, mas corpo do jovem começou a dar sinais de alerta.
No segundo ano do Ensino Médio, Carlos foi perdendo aos poucos o movimento do ombro esquerdo, sofria com falta de ar e dor na bacia. Depois de alguns exames, já no início de 2019 e a um mês do seu aniversário, ele recebeu o diagnóstico de linfoma de hodgkin, um câncer que se origina no sistema linfático. “Eu fiquei desesperado. Estava muito novo, começando a viver, cheio de sonhos. Comecei logo o tratamento com sessões de radioterapia, mas ficava bastante debilitado e faltava a escola com frequência, fora as vezes que passei mal na sala de aula”, relembra o adolescente.
A rotina de estudos ganhou um novo cenário. Em vez de sala de aula e sua casa, Carlos passou a estudar no hospital quando ficava internado. “A escola sempre me deu muito apoio, principalmente os professores, mas vez ou outra eu precisava de apoio médico. Eu não parei de estudar em momento algum. Minha vontade de ensinar sempre foi maior que tudo. Estudava pelo celular, lia textos, resolvia questões, tudo no hospital”. Em setembro Carlos recebeu a notícia de que estava curado do câncer. Uma das primeiras atitudes do garoto foi voltar à escola para revisar os assuntos que iam cair no SSA 3.
Nesta quarta-feira (15), a UPE divulgou o tão esperado resultado: Carlos passou no curso de História, e a realização de um sonho que moveu o maior obstáculo da sua vida em 17 anos está prestes a se concretizar. “Essa aprovação é para mim e pra todo mundo a prova de que não importa o que aconteça, não desista dos seus objetivos. Não desista dos estudos, de ser alguém. Todo mundo pode conseguir também”.
Estudante de Aliança vence câncer e é aprovado em História na UPE
Mais informações para a imprensa: (81) 3183-9300
--
Carina Cardoso
Jornalista | Superintendência de Comunicação
Secretaria de Educação e Esportes
Nenhum comentário:
Postar um comentário