Você já deve ter ouvido a expressão “nas ondas do rádio”. Pois é, o sinal do rádio é enviado por meio de ondas, que viajam pelo ar em frequências. As principais são a AM, que significa amplitude modulada; e a FM, frequência modulada.
A frequência AM, mais antiga, alcança distâncias maiores, mas pode sofrer muitas interferências técnicas; e, com isso, o som chega misturado a ruídos e chiados. Já a FM, mais moderna, tem uma melhor qualidade do som; por outro lado, não chega tão longe.
Mas, ao contrário do sinal AM, que precisa de aparelhos de rádio próprios, o sinal de uma rádio FM pode ser captado em aparelhos móveis em geral, como o celular, o que permite ampliar o número de ouvintes; e, com isso, o faturamento das emissoras.
Para pôr fim a essas limitações técnicas, desde 2014, o Ministério das Comunicações permitiu a mudança do sinal das emissoras AM para o FM. Até agora, mais de 1.700 emissoras solicitaram a migração. O secretário de Radiodifusão do Ministério, Maximiliano Martinhão, aponta que a mudança vai trazer vantagens em qualidade e redução de custos para as emissoras.
O estudante Pedro Damasceno, ouvinte assíduo da Rádio Nacional, gosta da programação da AM por acreditar que atende a pessoas com menos recursos. Para ele, a migração para a FM - e a melhora na qualidade do som - vai permitir que as emissoras AM ganhem mais ouvintes.
Nelia Del Bianco, pesquisadora da Intercom, a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, acredita que o estilo de comunicação de uma emissora AM, que tem muitos ouvintes, principalmente a partir dos 50 anos de idade, não vai acabar mesmo com a migração para a FM.
Agora, você pode estar se perguntando; e vai caber tanta emissora nova na frequência modulada? Vai sim. O espaço para elas vai ser aumentado, porque até 2023, serão destinados os canais 5 e 6 da televisão analógica para essas rádios.
Por Leandro Martins* - Repórter da Rádio Nacional
Edição: Sâmia Mendes/ Beatriz Arcoverde
Nenhum comentário:
Postar um comentário