Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos de Bom Jardim contra exploração sexual

Pesquisar neste blog

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Depois de 11 anos foi descerrada placa no Fórum de Surubim em homenagem ao Bel. Dídimo Guerra

 Diva Guerra, filha do Bel. Dídimo Guerra, em fotografia de julho de 2010 (Foto: Edvaldo Clemente/ Divulgação)

Por Fernando F. Guerra

Embora a denominação do Fórum de Surubim seja uma homenagem ao seu primeiro advogado o Bel. Dídimo Gonçalves Guerra, sua família, há precisamente onze anos, vem tentando afixar no local uma placa de aço que faz parte do projeto Minha Rua Tem Memória onde se registram foto e uma síntese biográfica do bacharel.

A cerimônia de descerramento realizou neste dia 10 de novembro às 10 horas, naquela edificação, com a presença de familiares, amigos e admiradores. Tendo em vista que durante esses onze anos os três últimos filhos do advogado, Carlos, Diva e Santa Guerra vieram a óbito, os seus netos tomaram a frente e conseguiram com o Dr. Paulo César Amorim, Juiz de Direito da 1ª Vara da Comarca e Diretor do Fórum, autorização para procederem a afixação e a cerimônia simples de descerramento da referida placa. 

Dídimo Gonçalves Guerra nasceu em 1896 em Cachoeira de Casinhas, filho de agricultores sem terra, migrou com sua família para a vila de Casinhas, com a finalidade de aprender as primeiras letras com a Professora Filomena Gonçalves. Depois da seca de 1909 a família mudou-se para o povoado de Tambor. Finalmente, em 1913, Dídimo estabeleceu-se na vila de Surubim. Em 1918 casou-se com Severina Cabral Guerra com quem teve nove filhos. Antes da emancipação do município exerceu diversas atividades entre as quais a de Tabelião. Após 1928, quando Surubim adquire sua emancipação política foi nomeado Oficial do 1º Distrito. 

Escreveu crônicas muitas delas publicadas em livro póstumo onde registrou momentos históricos de Surubim, desde o início do século XX até finais da década de 1950. Foi músico autodidata e compositor. Esteve como redator do Surubim Jornal, O Planalto e a Voz de Surubim, periódicos que circularam na cidade em 1937. Entre os anos de 1937 e 1946 envia correspondências para o Diário da Manhã e Folha do Povo, jornais de Recife, denunciando o cerceamento da liberdade de imprensa e do direito de livre opinião dos cidadãos.  

Como Inspetor de Ensino do Município de Surubim proibiu o uso da “palmatória” nas escolas municipais. 

Em 19 de março de 1937 com muito sacrifício e com família constituída, concluiu o curso de Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de Alagoas sendo diplomado em 26 de julho de 1947. No ano seguinte passou a ser membro da OAB-Secção Pernambuco.  

Em 1936 fora eleito vereador por esmagadora maioria do eleitorado vindo a ser o presidente da Câmara de Vereadores. Em 1947 assumiu interinamente a prefeitura do município.  

Ao descrever sua vida, Marisa Barbosa exalta sua atuação como advogado competente que, “com determinação e coragem trabalhou e lutou em defesa da dignidade humana”. 

Em uma de suas crônicas, Dídimo declara-se “um defensor e propugnador do Direito e da Justiça, estejam ao lado de quem estiverem”.  

Tendo exercido sua profissão com imparcialidade e dignidade e, sobretudo, em decorrência de sua profunda sensibilidade social, tornou-se conhecido como o Pai dos Pobres e Advogado dos Pobres.  

Faleceu no ano de 1961, aos 65 anos, tendo sido considerado um dos personagens mais importantes da primeira metade do século XX da História de Surubim. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário