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quarta-feira, 14 de setembro de 2022

No Dia Nacional do Frevo, Escola Zezé Corrêa, em Aliança, lança campanha para revitalizar sede centenária

Mobilização visa arrecadar doações, por meio de vaquinha virtual, para retomada das atividades do local, que atua na formação de música e dança de frevo para crianças e jovens, filhos de agricultores rurais e de cortadores de cana de açúcar, desde de 1888. Com as chuvas no mês de maio deste ano, no estado, parte do teto desabou e atendimento foram suspensos


Nesta quarta-feira (14),  Dia Nacional do Frevo, a Escola de Frevo Zezé Corrêa, que atua na arte comunitária, por meio da formação, gratuita, de crianças e jovens, filhos de agricultores rurais e de cortadores de cana de açúcar, para música instrumental e o passo do frevo, lança, campanha beneficente para revitalização da unidade de ensino. O espaço, pioneiro na região, está em atividade desde 1888, ano em que foi oficializado a abolição da escravatura. Ao longo destes 134 anos, a escola, que funciona em uma área de 200m², tem buscado proporcionar educação, conhecimento e diversão ao público, utilizando o gênero musical que é patrimônio cultural do Brasil e da humanidade. 

Em virtude das chuvas, no mês de maio, no estado, o local precisou suspender os atendimentos. Com a enxurrada, a unidade de ensino, que funciona com o apoio da comunidade, teve comprometimentos no teto, que parte desabou, vindo a prejudicar a realização das oficinas e o armazenamento dos instrumentos musicais no local. Para atravessar toda essa dificuldade, a diretoria responsável pela escola se reuniu com os alunos e a comunidade, e, juntos, criaram uma vaquinha virtual. Por meio da página online ( https://www.vakinha.com.br/3079752), a instituição pretende fazer uma arrecadação financeira para ajudar na compra de novas telhas, pinturas e manutenção das paredes, que ficaram comprometidas. A estimativa é que, até o mês de novembro, seja arrecadado um total de R $10.000.00.


A  Escola de Frevo Zezé Corrêa, centenária na região, teve origem a partir da Banda Filarmônica 15 de Novembro, de Upatininga, Aliança. À época, o vigário Antônio Januário da Silva, representante da igreja católica, entregou à comunidade o que seria um dos mais importantes patrimônio histórico-cultural erguido para atender a comunidade. Em meio a essa trajetória, a escola vem cumprindo um papel fundamental no registro de sua própria história, com apresentações em ciclos festivos, como natal, ano novo, carnaval, inclusive na festa da padroeira da comunidade: Nossa Senhora do Bom Despacho. Por ser uma banda tradicionalista, afamada e considerada, também é sempre convidada para concerto nas cidades circunvizinhas. 

A Escola de Frevo Zezé Corrêa,  fez ainda, dentro da sua historiografia, a formação de vários artistas pernambucanos ligados à música instrumental e do frevo, como José Lopes de Andrade, Berlamínio Pinheiro Chagas, Antônio Rodrigues (conhecido em toda região por ”a lenda do tuba”), Hermes Gomes, entre outros.

Além de formar novos músicos e atuar na preservação, memória e registro da música instrumental independente e do frevo, a Banda 15 de Novembro, também foi responsável por dar origem a outra unidade de ensino musical na região. Trata-se da fundação da Banda 05 de Novembro (Revoltosa), de Nazaré da Mata, que é tida como filha da centenária da Banda 15 de Novembro. Em solidariedade ao novo espaço, foram feitos empréstimos dos instrumentos musicais, para que novos músicos pudessem se apresentar. Um ponto alto deste gesto, é que, em 1914, a Banda Revoltosa, em sinal de gratidão e reconhecimento, esteve na comunidade realizando um grande encontro entre as duas bandas, para celebrar todo o incentivo recebido. Quem presenciou o evento diz que ficou na memória de todos. 

A Escola de Frevo Zezé Corrêa, que leva o nome de um dos seus primeiros maestros e desbravador da folia carnavalesca na região, atende cerca de 50 pessoas, entre crianças e adolescentes, dentro das oficinas de música instrumental e aulas de paço do frevo. A formação é ministrada por músicos e dançarinos profissionais, e que residem na própria comunidade.
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