Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos de Bom Jardim contra exploração sexual

Pesquisar neste blog

terça-feira, 18 de julho de 2023

Caravana Caminhos de São Saruê leva música e mamulengo para 900 crianças de 18 cidades do Brasil

A iniciativa inédita, que brinca com o imaginário do público infantil, a partir das estórias do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste, mais conhecido como Mamulengo -  Patrimônio Cultural do Brasil, tem o patrocínio do Instituto Cultural Vale e Chesf. O projeto dá o pontapé no próximo dia 30 de julho, e  percorrerá cidades de seis estados do Brasil:  Goiás, Distrito Federal, Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Maranhão



São Saruê é um lugar imaginário, que diversos mestres dos bonecos do  Teatro de Bonecos Popular do Nordeste, mais conhecido como Mamulengo -  Patrimônio Cultural do Brasil, evocam em suas apresentações. Baseado nesta mitologia do imaginário da cultura popular nordestina, o produtor cultural e diretor artístico pernambucano, Afonso Oliveira, convidou o mestre mamulengueiro, Chico Simões, de Olhos D`Água, da cidade de Goiás; e o mestre de cultura popular pernambucano,  Maciel Salú, para juntos, criarem o espetáculo “Caminhos de São Saruê”, iniciativa que vai percorrer 18 cidades, de seis estados do Brasil: Goiás, Distrito Federal, Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Maranhão.  A programação é gratuita. 


O projeto, que inclui em seu processo formativo música, teatro e cultura  popular, é destinado para 50 crianças, na faixa da primeira infância, dos 0 aos 07 anos. A ação também contempla estudantes de escolas públicas de áreas periféricas e rurais, dos 07 aos 12 anos, que residem em 18 cidades do país.  A ideia é que, a cada lugar visitado pelo projeto, o público-infantil, além de poder conhecer sobre o universo criativo e lúdico de São Saruê, também terá a oportunidade de se expressar, por meio de uma oficina, na qual serão motivadas e convidadas a pintar, desenhar, escrever e fotografar. E o bacana desta atividade é que todo o material produzido pelas crianças dentro das oficinas, passarão por uma curadoria, montada pela própria equipe do projeto, e em seguida, se transformará em um  livro, que será distribuído de graça. 


A proposta é que cerca de  900 crianças sejam contempladas com a publicação. Para além disso, o projeto vai proporcionar para o público em geral, um documentário especial, que será gravado na Vila Mamulengo, Olhos D`Água, em Goías.  O conteúdo vai ser disponibilizado pela equipe na internet e redes sociais da caravana, para acesso do público em geral. O pontapé da caravana acontece no próximo dia 30, por Goiás. Em seguida, parte para Brasília. 


Já no dia 08 de agosto, desembarca em Pernambuco, com apresentações e oficinas nos municípios de Lagoa do Carro, Tracunhaém, Aliança, Condado, Itambé, Goiana ( Zona da Mata Norte); Recife, Olinda (Região Metropolitana); Gravatá e Caruaru ( Agreste).  A ação também acontece na Paraíba,  nas cidades de João Pessoa e do Conde.  No dia 21 de agosto o projeto chega a Alagoas, para apresentar-se para crianças das cidades Maceió, Piaçabuçu e Penedo. E no dia 29, é a vez do público infantil do São Luís do Maranhão. 


Para ser possível a realização do projeto foi necessária a montagem de uma grande rede de apoiadores, articulada pelo Movimento Canavial - organização cultural independente formada por artistas, grupos e instituições culturais,  da Zona da Mata pernambucana. A caravana, conta, ainda, com apoio dos Pontos de Cultura Vila Mamulengo/GO; Estrela de Ouro de Aliança/PE; Caravana Andaluza/PE, Museu de Animação/PE; Olho do Tempo/PB, Olha o Chico/AL; A Torda/PE, Caboclinho 7 Flexas de Goiana/PE. 


Também são parceiros do projeto, as instituições Instituto MandaVer/AL; Cemur/PE; Museu do Mamulengo/PE; Parque Botânico São Luís – Vale/MA, Cia; de Teatro Flor do Sertão/AL; Escola Parque/DF; Escola Geminiano Ferreira de Queiroz/GO; e as prefeituras de Olinda, Aliança, Itambé e Caruaru, em Pernambuco;  João Pessoa e Conde, na Paraíba. 


SOBRE O ESPETÁCULO

O espetáculo "Caminhos de São Saruê" apresenta as estórias contadas e cantadas do mito de São Saruê: uma terra do imaginário da cultura popular nordestina, onde todas as brincadeiras acontecem. Estruturado no teatro de bonecos (mamulengo) - , com Chico Simões atuando e Maciel Salu tocando rabeca e cantando, o espetáculo vai levar as crianças e adolescentes para um passeio aos lugares incríveis e mágicos das terras de São Saruê (rios de leite, pedras de rapaduras, nuvens de algodão doce), onde os bonecos do mamulengo (benedito, bastião, professor, mateus, boi, cobra, etc) vivem suas aventuras. 


Rico em cores, formas, diversão, palhaçadas e música, os personagens caminham e brincam com as crianças na plateia, onde elas vão poder tocar nos bonecos, conversar com eles e cantar juntos, numa interação lúdica e enriquecedora do imaginário infantil.


SOBRE OS ARTISTAS


CHICO SIMÕES

Chico Simões, morador do Distrito Federal, em Brasília, e há mais de 30 anos atua como mamulengueiro, palhaço, mágico, camelô, ventríloquo e bonequeiro. Sua formação inicial ocorreu entre 1980 e 1985, quando viajou diversas vezes pelo Nordeste, convivendo diretamente com mestres da cultura popular, dentre eles: Carlos Babau, do Carroça de Mamulengos - CE; Mestre Solon, do Mamulengo Invenção Brasileira - PE; e Mestre Chico de Daniel - RN. Além disso, viajou por vários países levando sua arte de encantar e arrancar risadas do público com a teatralização dos seus bonecos. Ele também ministrou curso na Escola de Guaratelli em Napoli - Itália; estudou na Escola Internacional de Teatro Antropológico – ISTA e no CENDREV – Centro Dramático de Évora – Portugal. Foi visitante convidado da Universidade de Berkeley - Califórnia e da universidade UCONN de Connecticut nos EUA. É fundador do Grupo Mamulengo Presepada, do Ponto de Cultura Invenção Brasileira e da Vila Mamulengo, onde vive atualmente. Recebeu diversos prêmios, dentre eles, a Bolsa Virtuose - 1998, para pesquisar as origens das tradições do teatro popular brasileiro na Europa; o Prêmio Betinho - 1994, pelo trabalho realizado com crianças nas ruas de Brasília; Melhor Ator e Melhor Espetáculo Infantil no Festival Nacional de Teatro Isnard Azevedo - 1997; Prêmio Economia Criativa, pelo trabalho com mestres mamulengueiros; Prêmio Mestre de Mamulengo - Patrimônio Cultural 2016 e Prêmio Cultura Viva 2018. Escreve livros e artigos sobre Teatro Popular de Bonecos.


MACIEL SALÚ

Artista reconhecido pela crítica e pelo público, Maciel Salú, pernambucano, é conhecido por fundir melodias ancestrais com a cultura nordestina e a música contemporânea. Já foi indicado ao Grammy Latino na categoria Melhor Álbum Regional de Música Brasileira com um de seus projetos paralelos, a Orquestra Contemporânea de Olinda; e com o projeto Orchestra Santa Massa, ganhou reconhecimento através do BBC Awards, do Prêmio Tim (melhor álbum) e do Prêmio Multicultural Estadão. 


Herdeiro de uma das famílias mais expressivas na cultura popular, a família Salustiano, Maciel Salu traz, no sangue, o DNA pela arte, música e cultura. Entre as suas habilidades estão: cantor, compositor, rabequeiro, mestre de Maracatu Rural, brincante de Cavalo Marinho e militante pela cultura popular. Convive desde a infância, em meio às tradições afro-indígenas da Zona da Mata de Pernambuco. 


Na música desde 1997, iniciou carreira solo em 2003. Desde então já foram 06 álbuns gravados, sendo o mais recente, “Ogum” (2023), em homenagem ao seu Orixá de cabeça. A referência à cultura das religiões afro-brasileiras permeia o trabalho não apenas na faixa que dá título ao disco. O álbum reflete o olhar e a experiência de Maciel Salú nos terreiros de Candomblé, Umbanda e Jurema, e também no maracatu rural, no cavalo marinho, e tantas outras tradições da cultura popular. 


Sua voz é única. Dono de um timbre grave, Maciel Salú é chamado pelo público como voz do trovão. A sua identidade vocal é semelhante à sonoridade que imprime com a sua rabeca. Em seus acordes, Maciel Salú traz referências do rebab árabe norte-africano.


EQUIPE

Afonso Oliveira – Direção do Vídeo e Coordenador Geral

Afonso Oliveira é o criador do Método Canavial de Ensino de Produção Cultural, que se tornou, em 2009, um livro. Também é coordenador geral do Festival Canavial; Em 2019, lançou o projeto Curva do Mundo, que trouxe suas impressões visuais, artísticas e culturais, em uma exposição e lançamento de um livro de poesias e composições musicadas por diversos artistas brasileiros, de forma inédita. Ao longo de sua carreira cultural conquistou importantes premiações. Dirigiu com o cineasta pernambucano, Marcelo Pedroso, o filme Maracatu Atômico – Kaosnavial (2014), e os Clipes Frevo Caboclo e Rainha do Congo (2021).


Já entre os anos de 1995 e 2003, elaborou, com o incentivo do Governo do Estado de Pernambuco e o Ministério da Cultura, uma política de valorização dos maracatus rurais pernambucanos. Idealizou e coordenou o projeto que tornou Nazaré da Mata/PE a Terra do Maracatu e Goiana/PE a Terra dos Caboclinhos. Realizou diversos projetos nacionais e internacionais de valorização da cultura popular pernambucana. Com destaque para a EXPO 2000, em Hannover, na Alemanha; turnês europeias com os Maracatus Estrela Brilhante e Maracatu Leão Coroado; ida ao Festival Lincoln Center,em Nova Iorque, com Selma do Coco, Vanildo de Pombos e Mestre Salustiano. Em 2022, coordenou a Turnê com Afonjah e Isaar à África do Sul e Moçambique. 


Andréa Lima – Coordenadora Pedagógica

Produtora cultural, coordenadora pedagógica, monitora de projetos de artesanato, facilitadora/ oficineira de projetos promovidos pela prefeitura do Recife. Foi coordenadora pedagógica do Projeto Mestres dos Saberes. Participou da produção de projetos, como Festival Interações no Rio de Janeiro; Encontro de Culturas populares e tradicionais em Serra Talhada; Encontro NE de Xaxado em Serra Talhada; Festival Canavial em várias cidades da Zona da Mata de PE; Coordenadora e proponente do projeto aprovado pelo Funcultura denominado Cabras e Caboclos, entre outros projetos de cunho da promulgação da cultura popular.


Selene Caetano – Produtora Executiva

Produtora Cultural, é graduada em Tecnologia em Marketing pela UNOPAR -  (Universidade do Norte do Paraná). Microempreendedora (Orún Produções Criativas), é certificada pelo Método Canavial como detentora para formar produtores culturais. Foi coordenadora Festival Canavial; E possui uma larga experiência na produção de eventos renomados como Carnaval de Olinda; Festival Canavial; Kizomba – Festa do Povo; Encontro Nordestino de Xaxado; Encontro de Culturas Populares e Tradicionais; Tributo a Virgolino; Festival Ser Tão; e Maracacongo. Também atuou como produtora de vários cursos dedicados à produção cultural, a exemplo do Método Canavial; projetos aprovados pelo Funcultura, como A Estética do Maracatu Rural; Cabras e Caboclos. Representante e praticante da religião de Matriz Africana.


Anna Goëbel – Ilustradora

Escritora, Professora, ilustradora e Performer, Ana Goëbel tem origem alemã, nasceu na Espanha e reside no Brasil desde 1995. É formada em artes plásticas e pedagogia pela Universidade de Belas Artes de Buenos Aires. Participou de mais de 50 exposições individuais e coletivas Argentina, Alemanha, Chile, Finlândia e Brasil. No Brasil, publicou 15 livros autorais e foi ilustradora de importantes escritores brasileiros.


Anna, desenvolve ao longo dos anos um trabalho de interação das artes e linguagens, através do uso artístico do retroprojetor. Vem realizando trabalhos em comunidades rurais e indígenas e, ultimamente, promove intervenções artísticas urbanas que, na maioria das vezes, incluem trabalhos coletivos e em parceria com associações comunitárias, centros educativos e de saúde, e projetos sociais.


Carlita Roberta – Pesquisa e Mídia Social

Graduanda de Serviço Social pela Universidade Católica de Pernambuco, é ativista engajada em debates sobre gênero, raça e classe, sempre trazendo reflexões a partir da perspectiva feminista interseccional. Também atua como escritora, pesquisadora, modelo e produtora cultural. Ela também tem experiência na coordenação de importantes projetos culturais: MARACATU – Do Brinquedo aos Direitos Sociais; Abayomi – Encontro das Mulheres Pretas da Cultura Popular; e o Cultura das Pretas, projetos que retratam o protagonismo das mulheres pretas e suas subjetividades, e que discutem sobre como essas experiências atuam no rompimento dos processos do racismo estrutural, que se constituem em vetores duma lógica colonial.  Em 2022 participou do Projeto Afonjah e Isaar na África, como dançarina, social mídia e palestrante nas cidades de Joanesburgo (África do Sul) e Maputo (Moçambique).


Pedro Raiz – Fotografia e Produção

Microempreendedor, produtor cultural, fotógrafo, cinegrafista, Pedro Raiz está no ramo da fotografia há mais de dez anos. Fazendo registros de projetos renomados, participando de turnês. Já participou de trabalhos fotográficos em shows, espetáculos e oficinas em diversos estados brasileiros, na África e em Londres. Fotografou artistas como Quinteto Violado, Silvério Pessoa, Velha Guarda da Mangueira, João Donato, Isaar, Afonjah, Maracatu Estrela Brilhante, entre outros.


Daniel Alves – Vídeo

Daniel Alves é empreendedor, produtor cultural, com mais de 15 anos de experiência em vídeo. Tem inúmeros trabalhos em produção de clipes, lives, documentários da música nordestina, com destaque para a música pernambucana. Tem experiência em edição de vídeo, painéis de led, iluminação e sonorização. Já participou de grandes eventos, como Carnaval de Pernambuco, São João de Caruaru, entre outros.


Publicidade


Nenhum comentário:

Postar um comentário