“O Dom do Amor”, como era popularmente
conhecido, nasceu em Fortaleza- CE, em 07 de fevereiro de 1909 e faleceu no
Recife em 27 de agosto de 1999. Foi um dos fundadores da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB) e grande defensor dos direitos humanos durante a
ditadura militar no Brasil. Foi arcebispo de Olinda e Recife e uma das figuras
mais marcantes da Igreja Católica e da história do Brasil no Século XX. Pregava
uma igreja voltada para os mais pobres e não-violência.
Dom Hélder Câmara seguiu a
carreira religiosa desde cedo. Ordenado Padre em 1931, ele rapidamente chama
atenção por sua postura engajada nas questões sociais. Sua preocupação com a
pobreza e a desigualdade se tornaram marca registrada da sua trajetória. Com
sua postura progressista e compromisso com a justiça social ele se destacou
como defensor dos mais pobres e oprimidos.
Em 1964, com o golpe militar que
instaurou uma ditadura no Brasil, Dom Hélder Câmara viu-se diante de um cenário
ainda mais desafiador. Ele denunciou as injustiças cometidas pelo regime e a
violação dos direitos humanos e sua postura fez com que se tornasse um dos
principais opositores do regime militar. Durante a sua atuação como arcebispo
de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara criou a ação pastoral operária (APO),
dedicada a apoiar os trabalhadores e combater as condições desumanas de
trabalho.
Além disso ele se envolveu em
diversos projetos de desenvolvimento social, com a criação de comunidades
eclesiais de base, que buscavam promover a participação popular e a construção
de uma sociedade mais justa. Dom Hélder Câmara também teve um papel importante
na luta pelos direitos indígenas e pela preservação do meio ambiente, em defesa
dos povos originários. ele denunciou a devastação causada pelo agronegócio e
defendeu o direito à Terra e a cultura indígena, enfrentou resistência por
partes dos setores conservadores da igreja e também da sociedade brasileira.
Entretanto, seu legado foi indiscutivelmente marcante.
Sua atuação levou à criação da
comissão pastoral da terra, que até hoje luta pela reforma agrária e pelos
direitos dos trabalhadores rurais. Por sua atuação, recebeu diversos prêmios
nacionais e internacionais. Foi indicado quatro vezes ao Prêmio Nobel da Paz e
deixou um importante legado de luta e esperança.
Sua postura engajada e corajosa
inspira inúmeras pessoas em busca de um mundo mais justo e solidário. Sua
contribuição para a história do Brasil e para a igreja católica são inegáveis e seu
exemplo continua vivo, como lembrete de que o compromisso com a justiça
social é um dever de todos. Por tantas feitorias, a Lei nº 13.581, de 26 de
dezembro de 2017, declarou Dom Helder Câmara como o Patrono Brasileiro dos
Direitos Humanos.
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