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terça-feira, 8 de outubro de 2024

Mais de 31 mil nordestinas devem receber o diagnóstico de câncer de mama no biênio 2024/2025

Na somatória de 2024 com o próximo ano, 31.380 mulheres dos nove estados da região Nordeste do país devem ser diagnosticadas com um tumor maligno na mama. A Bahia, que é o mais populoso da região, responde por 27% destes casos, mas a maior prevalência da região é registrada no Ceará, com 54,13 casos para cada 100 mil pessoas. Em alusão ao Outubro Rosa, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) reforça a importância da adoção de um estilo de vida saudável e outras medidas preventivas


Somando a incidência dos nove estados da região Norte, a projeção é que sejam registrados 15.690 novos casos de câncer de mama em cada ano do biênio 2024/2025, totalizando assim 31.390 mulheres nordestinas recebendo o diagnóstico da doença no período. Um em cada quatro destes casos serão registrados na Bahia, com prevalência de 43,28 casos (taxa ajustada) para cada 100 mil pessoas. A maior taxa de prevalência da região, por sua vez, é observada no Ceará, com 54,13 registros. Os dados são de levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) nos dados oficiais do Instituto Nacional de Câncer (INCA). 

O Nordeste é a região do país com o maior número de pessoas declaradas não brancas do país e esse fator exerce uma relação na epidemiologia do câncer de mama. A Bahia é o estado mais negro do Brasil, com 80,8% da população preta ou parda, sendo que esta ancestralidade está relacionada com o perfil da doença. Um estudo publicado em 2023 na revista científica Clinical Breast Cancer, avaliou a ancestralidade genética e dados clínicos de 1.127 mulheres diagnosticadas com câncer de mama. 

Observou-se que são mais altas as taxas de tumores HER-2+ e tumores triplo negativos, de mais difícil tratamento, entre as mulheres de ascendência africana nas regiões Norte e Nordeste. Nessa população, os autores observaram maiores taxas de doença avançada e metastática no momento do diagnóstico, sendo os tumores triplo-negativos mais frequentes em mulheres jovens.

“Encontramos diferenças na ancestralidade genética, etnia autorreferida e subtipo molecular entre as regiões demográficas brasileiras. O conhecimento dessas características pode contribuir para uma melhor compreensão da idade ao diagnóstico e da distribuição molecular do câncer de mama no Brasil e contribuir, inclusive, para as políticas de rastreamento”, afirma René Aloísio da Costa Vieira, um dos autores do estudo e coordenador da Comissão de Neoplasias da Mama da SBCO. 


câncer de mama
REGIÃO NORDESTE


INCIDÊNCIA
(número de novos casos anuais
previstos para 2024 e 2025)


PREVALÊNCIA
(número de casos para cada
100 mil pessoas /
taxa ajustada)

Alagoas

690

34,89

Bahia

4.230

43,28

Ceará

3.080

54,13

Maranhão

1.060

28,29

Paraíba

1.180

41,37

Pernambuco

2.880

46,40

Piauí

860

41,89

Rio Grande do Norte

1.140

50,11

Sergipe

570

42,11

TOTAL

15.690

 

NÚMEROS DE CÂNCER DE MAMA EM TODO O PAÍS E NO MUNDO 

O câncer de mama, doença que representa três em cada dez casos de câncer nas mulheres brasileiras, é o mais comum em mulheres de 157 países. No Brasil, a projeção para 2024 e 2025, é que 73.610 mulheres, em cada um destes anos, devem receber o diagnóstico de câncer de mama. Em todo o mundo, são registrados 2,3 milhões de novos anuais, com projeção de saltar para 2,9 milhões em 2035, o que representa um aumento de 27% no número absoluto de casos na próxima década. No período, a projeção é que a mortalidade anual por câncer de mama passe de 666 mil para 888 mil, um aumento de 33%. O câncer de mama não é exclusivo das mulheres. Cerca de 0,5% a 1% dos casos, segundo a OMS, ocorrem em homens. Isso representa 1 caso em homem a cada 100 a 200 casos em mulheres.  

Os dados acima, referenciados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) e os levantamentos Cancer Today e Cancer Tomorrow da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer da Organização Mundial da Saúde (IARC/OMS), precisam ser vistos além dos números, alerta a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), que reforça a importância da campanha Outubro Rosa para a conscientização sobre a doença, estimulando, junto à população, medidas para prevenção primária (evitar que a doença ocorra, por exemplo, com adoção de estilo de vida saudável), prevenção secundária (diagnóstico precoce) e terciária (início do tratamento em prazo adequado, com qualidade). 

“A estratégia mais inteligente a ser adotada por todos é a do incentivo à prevenção. A redução da carga nacional e global de câncer de mama passa por uma dieta equilibrada, prática de atividade física, redução e manutenção do peso, limitação do consumo de bebidas alcoólicas e não fumar. Com isso, se reduz a incidência e menos mulheres vão receber o diagnóstico e via a necessitar de tratamento”, observa o cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e titular do Hospital de Base, de Brasília. 

Sobre a SBCO - Fundada em 31 de maio de 1988, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) é uma entidade sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, que agrega cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado multidisciplinar ao paciente com câncer. Sua missão é também promover educação médica continuada, com intercâmbio de conhecimentos, que promovam a prevenção, detecção precoce e o melhor tratamento possível aos pacientes, fortalecendo e representando a cirurgia oncológica brasileira. É presidida pelo cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro (2023-2025).


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