Iniciativa faz parte do Projeto Pajubá, que utiliza a potência política do dialeto LGBTQIA+ e oferece ferramentas para a sustentabilidade de coletivos e movimentos sociais
No próximo dia 23 de abril, a Abong (Associação Brasileira
de Organizações Não Governamentais) promove em Recife a formação “Aprenda a
captar aqué para sua ONG LGBTQIA+”, um espaço de aprendizagem, troca e
articulação voltado a coletivos e organizações que atuam na defesa dos direitos
da população LGBTQIAPN+. A atividade é oferecida pela Escola de Formação
Abong e integra o Projeto Pajubá, buscando oferecer conhecimentos e estratégias
práticas de captação de recursos, com atenção especial a lideranças LGBTQIA+,
mulheres, pessoas pretas, pessoas periféricas e movimentos sociais.
O evento será realizado de forma presencial no espaço Habitat, no bairro da Boa Vista, das 9h às 17h, com oferta de ajeum (café) e emissão de certificado. São apenas 50 vagas disponíveis, sendo 50% destinadas a organizações associadas à Abong.
“O Projeto Pajubá nasce para fomentar as organizações LGBTQIA+ com
ferramentas concretas de mobilização de recursos, ao mesmo tempo em que
reconhece as especificidades, os saberes e as potências dessas lideranças. Essa
formação em Recife é mais do que uma oficina: é um ato político de
fortalecimento e reconhecimento do nosso movimento”, afirma Franklin Félix,
gerente-executivo da Abong.
O nome do
projeto faz referência ao Pajubá, dialeto reconhecido como linguagem de
resistência da população LGBTQIA+. Reunindo expressões do português e de
línguas de matriz africana, especialmente do candomblé, o Pajubá foi
historicamente utilizado por travestis como ferramenta de sobrevivência e
comunicação segura — e, posteriormente, adotado e ressignificado por toda a
comunidade LGBTQIA+.
O Projeto Pajubá é uma iniciativa da Abong, em parceria com a
Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) e a ABGLT (Associação
Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos),
com apoio da Luminate. Seu objetivo é fortalecer organizações e coletivos
LGBTQIA+ em todo o Brasil, promovendo capacitação política, advocacy,
assessoria jurídica, atuação em rede e apoio ao desenvolvimento institucional.
Explorando novas possibilidades de
financiamento por meio de emendas parlamentares, filantropia e cooperação
internacional, a atividade de formação também pode receber inscrições de
organizações lideradas por mulheres, pessoas negras e movimentos sociais do
campo e da cidade.
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