No dia 04 de outubro de 1892 nascia Assis Chateaubriand em Umbuzeiro na Paraíba que se dividia com o município do Bom Jardim, localizado no Agreste de Pernambuco. Filho de Francisco Chateaubriand Bandeira de Melo e de Maria Carmem Guedes Gondim Bandeira de Melo. Hoje se comemora 133 anos do jornalista, empresário e político brasileiro, considerado o pai da TV e dono dos “Diários Associados”, a maior rede de comunicação do país, entre as décadas de 30 e 60.
Imagens do Livro "Chatô - O Rei do Brasil"
Nossa reportagem preparou uma matéria especial sobre esse ícone brasileiro que revolucionou a comunicação no Brasil, se tornando referência no mundo todo e sendo instrumento de estudo e pesquisa por instituições de ensino em vários países. Sua trajetória multifacetada é marcada por ousadia, poder e polêmicas.
Infância sofrida
Casa onde Assis Chateaubriand viveu
Assis Chateaubriand mostrava dificuldades para falar, só com três anos de idade, a família descobriu que ele era gago. Estudou em casa com professores particulares, aprendeu francês e alemão. Foi para o Recife fazer teste de admissão para o ginásio da Escola Naval, e com 12 anos de idade, no dia 22 de novembro de 1904, entrou oficialmente para a escola. Ainda rapaz, despertou o interesse pela leitura.
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Primeiros passos na Comunicação
Assis ingressou na Faculdade de Direito do Recife, concluindo o curso em 1913. Quando estudante, colaborava para vários jornais, entre eles “Gazeta do Norte” e o "Diario de Pernambuco", quando chegou a redator chefe. Durante sua passagem pelo Diario, protagonizou episódios tensos, como quando precisou permanecer na redação do jornal para se proteger da multidão que protestava contra o veículo.
Em 1917 foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como advogado e contribuiu com os jornais, Correio da Manhã, Jornal do Comércio e Jornal do Brasil. Como jornalista internacional, viajou várias vezes para a Europa. Atuou como correspondente do jornal argentino “La Nacion”.
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Em 1924 comprou o periódico "O Jornal", com recursos financeiros vindos de barões do café , iniciando ali a construção de seu império midiático. Em seguida, comprou o "Diário da Noite" de São Paulo, o "Jornal do Comércio" do Rio, e o "Diario de Pernambuco". Em 1928 lançou a revista "O Cruzeiro". Nos anos 40, Chateaubriand já era dono da maior rede de comunicação do país, os "Diários Associados", formado de jornais, estações de televisão, emissoras de rádio e várias revistas, tornando-se um magnata da mídia.
Nos anos de 1930, ele já consolidava os Diários Associados como o maior conglomerado de mídia da América Latina, com dezenas de jornais, emissoras de rádio e revistas.
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A revista “O Cruzeiro”, carro-chefe de seus Diários Associados, alcançou tiragens inéditas para a época, tornando-se a revista mais vendida do Brasil e um dos maiores fenômenos editoriais da imprensa nacional.
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Publicou mais de 11.870 artigos assinados nos jornais, dando oportunidades a escritores e artistas desconhecidos que depois virariam grandes nomes da literatura, do jornalismo e da pintura, como: Graça Aranha, Millôr Fernandes, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Cândido Portinari e outros.
O Pai da TV
Assis Chateaubriand foi responsável por marcos pioneiros na comunicação brasileira. Em 18 de setembro de 1950, lançou a TV Tupi de São Paulo, a primeira emissora de televisão do país e da América Latina, um feito que revolucionou a forma de transmitir informações e entretenimento, e diversos gêneros televisivos como novelas, programas infantis e teleteatro.
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Durante a década de 1950, a Tupi era o canal de maior audiência do Brasil, já no início da década de 1960, o canal perderia a liderança de audiência em São Paulo para a TV Record, ocupando a vice-liderança. No final da década havia caído para a terceira colocação, estando atrás da Record e Excelsior, com a Globo (que havia comprado a TV Paulista) em quarto.
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No início da década de 1970, devido às extinções da TV Excelsior e da TV Continental (emissora independente carioca), o enfraquecimento da Record (causado por sucessivos incêndios) e o sucesso dos próprios programas populares passa novamente a ocupar o segundo lugar, sendo superada pela Rede Globo, em primeiro lugar desde 1969, e seguida pela TV Record.
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A TV Tupi teve programas de grande sucesso como o primeiro telejornal do Brasil como o “Imagens do Dia”, Programas de Variedades como o “Almoço Com as Estrelas”, e as novelas de maior sucesso da emissora que foram Meu Pé de Laranja Lima e Beto Rockefeller. Programas infantis como O Sítio do Pica Pau Amarelo.
Política
Ao lado de empreitadas jornalísticas, Assis soube utilizar seu poder para influenciar decisões políticas e se posicionar como figura-chave no tabuleiro nacional, assim, ingressando na vida pública. Sua relação com a política foi intensa, consolidando alianças estratégicas e embates públicos. Um dos exemplos é sua forte participação no movimento revolucionário que levou Getúlio Vargas ao poder.
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Em 1952, foi eleito senador pelo estado da Paraíba, e em 1955, no mesmo cargo pelo estado do Maranhão. Sendo ambas, eleições marcadas por denúncias de fraude. Sua influência política estendeu-se também à diplomacia: entre 1957 e 1960, atuou como embaixador do Brasil no Reino Unido nomeado pelo presidente Juscelino Kubitschek na época.
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Outras empreitadas
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Assis Chateaubriand, em 1927 já organizava iniciativas para incentivar as artes plásticas no país, coletando peças de valor artístico para formar acervos no Brasil. Em 1947, junto com Pietro Maria Bardi, fundou o Museu de Arte de São Paulo (MASP), com uma exposição de sua coleção de quadros adquiridos na Europa em grandes leilões do pós-guerra. Em 1954 foi escolhido para a cadeira n.º 37 da Academia Brasileira de Letras.
Morte
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Foi acometido de uma trombose que o deixou parcialmente paralisado em 1960, mas continuou escrevendo artigos por meio de uma máquina especial – mesmo sem poder falar. Faleceu em São Paulo, no dia 04 de abril de 1968, aos 75 anos. Deixando a esposa Maria Henriqueta Barrozo do Amaral, com quem teve um filho, Fernando. Ele ainda teve outros dois filhos, Gilberto e Teresa, de outros relacionamentos.