Indicada ao Grammy Latino canta no maior espetáculo natalino do país inspirado na cultura brasileira - e edição chega ao Globoplay
O rodízio de talentos da música nacional ensejado pelo espetáculo natalino mais brasileiro do país adorna a edição de 2025 com uma voz cativante para ouvidos e corações daqui e do exterior: Joyce Alane, pernambucana finalista do Grammy Latino deste ano pelo trabalho no álbum Casa Coração e indicada como revelação no Prêmio Multishow. A cantora e compositora está confirmada no elenco do “Baile do Menino Deus: Uma Brincadeira de Natal”, encenação prestigiada todos os anos por mais de 70 mil pessoas, de 23 a 25 de dezembro, no Marco Zero do Recife, e dedicada a recontar uma das passagens mais conhecidas da humanidade sob tons artísticos e culturais da brasilidade e a partir de uma leitura universal e não dogmática de celebração da vida. Em 2025, a encenação vira especial disponibilizado nacionalmente no Globoplay, no dia 27.
A pernambucana se junta à apresentação para cantar três composições do repertório clássico concebido por Zoca Madureira para a montagem escrita há mais de 40 anos por Assis Lima e Ronaldo Correia de Brito, autor e diretor da encenação realizada no maior palco ao ar livre da capital pernambucana desde 2004. As músicas “Beija-Flor e Borboleta”, “Cigana” e “Baile do Menino Deus” pontuam trechos distintos da narrativa sobre a busca dos dois brincantes populares Mateus pela casa onde nasce o menino sagrado para realizar uma festa em tributo à renovação da vida. O caminho é atravessado por encontros com manifestações, tradições e criaturas fantásticas da cultura brasileira e permeado pela dificuldade de abrir portas - metáfora para exclusão social, inacessibilidade e segregações atemporais.
“Joyce Alane tem se destacado no cenário musical pela beleza de sua voz e presença de palco marcante. Tê-la como convidada no Baile do Menino Deus, interpretando três músicas do repertório, muito abrilhanta o espetáculo”, observa Ronaldo Correios de Brito. “Estou muito feliz de fazer parte dessa encenação. O Natal é uma data muito especial para a minha família, e muitos já foram assistir ao Baile nos anos anteriores. Esse ano vai ter um gosto especial me vendo participar”, acrescenta a cantora.
O Baile do Menino Deus cria um contraponto tropical às celebrações natalinas marcadas pelo uso de estrangeirismos de países frios - como renas, papai Noel, neve, trenós. A encenação brasileira se vale de manifestações originadas pela confluência dos povos formadores - negro, indígena e ibérico - e propõe uma trama marcada pela combinação da passagem histórica com reflexões atuais sobre inclusão, representatividade, diversidade, meio ambiente e cidadania.
A obra inspira montagens país afora, virou paradidático do MEC e tem versão em livro com mais de 700 mil exemplares de tiragem. Já deu origem a dois filmes - ambos gravados na pandemia, no teatro e nas ruas, disponíveis no YouTube - e, agora, adentra um dos maiores catálogos de plataformas de streaming, o Globoplay, com edição especial da apresentação anualmente levada ao Marco Zero do Recife, onde é acompanhada por 70 mil pessoas em três dias..
O rodízio de talentos musicais é uma das principais características do Baile. Pelo palco do espetáculo, já passaram nomes como Elba Ramalho, Chico Cesar, Tizumba, Lia de Itamaracá, Maestro Spok, entre outros. A participação de Joyce Alane renova essa aptidão para acolher nomes consagrados ou em ascensão da musicalidade brasileira e consolidar a conexão entre elementos estabelecidos da arte - do maracatu ao caboclinho, do frevo ao reisado - e a sonoridade atual, a exemplo do hip hop.
Natural do Recife e criada em Moreno, na Região Metropolitana, Joyce Alane tem despontado na paisagem musical através da voz potente e da verve criativa expressadas em shows, músicas e participações especiais. No álbum “Tudo é Minha Culpa” (2024), perpassa a sofrência com composições autorais sobre nuances de relacionamentos. Em “Casa Coração”, faz releituras de clássicos do forró com músicos consagrados, a exemplo de Lucy Alves, Zeca Baleiro, Petrúcio Amorim, Santanna, Chico César e Dorgival Dantas. O EP disputou o Grammy Latino com “Ao Vivo no CCB: Homenagem a José Mário Branco”, de Camané, “Universo da Paixão”, de Natascha Falcão, “Transespacial”, de Fitti, e “Dominguinho”, de João Gomes, Mestrinho e Jota.pê.
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