Hoje, 17 de dezembro, marca 51 anos da morte do Coronel Chico Heráclio, o último dos coronéis de Limoeiro
Francisco Heráclio do Rêgo, falecido em 17 de dezembro de 1974, deixou um legado marcante como proprietário rural e figura central na política. Desde cedo, demonstrou habilidade e determinação. Enviado pelo pai para estudar na capital, Recife, não se adaptou à vida urbana e regressou ao campo, onde se tornou o braço direito do pai nas atividades agrícolas.
Chico Heráclio acumulou um patrimônio significativo, possuindo muitas fazendas e um rebanho com inúmeras cabeças de gado. Desde menino, mostrava tino para os negócios.
Influência Política e Prestígio
Além do sucesso nos negócios, o Coronel exerceu forte influência política, com reflexos até na família. Seu poderio político estendeu-se entre as décadas de 1920 e 1970, atingindo o auge entre 1950 e 1960.
Foi na década de 1920 que se elegeu prefeito de Limoeiro e, em 1972, já bastante doente, teve forte influência política na eleição de Artur Correia para prefeito. Além disso, conseguiu eleger seu filho mais velho, Heráclio do Rego, como deputado estadual por três mandatos, e posteriormente, deputado federal.
O Coronel era conhecido por sua grande presença de espírito, raciocínio rápido e uma resposta afiada para cada situação. Era um homem de coragem e determinação, que sempre cumpria suas promessas. Esses atributos contribuíram para que ele se tornasse uma figura respeitada e de forte comando, alcançando o auge de sua vida em prestígio, poder e riqueza entre as décadas de 1950 e 1960.
De personalidade forte, segundo relatos de sua sobrinha, Carmem Heráclio, foi através do seu prestígio que o então presidente Juscelino Kubitscheck visitou Limoeiro.
Amado por muitos, Chico Heráclio também gerava oposição. Para os aliados e beneficiados por sua generosidade e influência, ele era um benfeitor e líder. Segundo relatos, Chico Heráclio desfrutava de muitos votos e prestígio, o que lhe permitia auxiliar ou prejudicar muitas pessoas com sua influência. No entanto, sua postura implacável e seu controle rígido sobre os negócios e a política regional geravam animosidades. Aqueles que se opunham aos seus métodos ou ambições políticas frequentemente o viam como um tirano.
Morte
Chico Heráclio faleceu em 17 de dezembro de 1974, aos 90 anos de idade. Sua partida é considerada o encerramento do coronelismo em Pernambuco. Ele ainda é lembrado como uma figura emblemática, cujo legado permanece na memória de Limoeiro e de todo o estado de Pernambuco.
Casa do Coronel Chico Heráclio
A casa onde ele morou, um imóvel situado a aproximadamente 1,7 km da sede da Prefeitura Municipal de Limoeiro, ainda permanece de pé e bem conservada.
Trata-se de uma grande representação da arquitetura da época, localizada próxima às margens do Rio Capibaribe.
A estrutura física da casa mantém-se original: paredes grossas, portas, corrimão e escada de madeira, e portões pesados de ferro. A maioria dos móveis também é da época do Coronel, incluindo cadeiras, cristaleiras e mesas. Em seu antigo escritório, ainda se encontram o cofre e o relógio de uso pessoal. Fotografias da família, algumas em molduras muito antigas, enfeitam as paredes e o mobiliário.
Embora tenha sido indicada, por processo, para se transformar em museu, segundo o advogado Francisco Heráclio do Rêgo, bisneto do Coronel, a casa permanece com os herdeiros e atualmente serve como moradia.
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