Investigações apontam para pagamentos de propina na prefeitura
Fernando Frazão/Agência Brasil
O prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella foi preso nesta terça-feira (22), em um desdobramento da investigação que apura a existência de um esquema de pagamentos de propina no Executivo municipal. Outras seis pessoas acusadas de participar das negociações também foram denunciadas, e cinco já foram detidas.
De acordo com a investigação do Ministério Público, o chamado QG da propina foi montado por um empresário que tinha trânsito livre na prefeitura, apesar de não ter nenhum cargo público. Ele cobrava propina de outros empresários interessados em firmar contrato com o Executivo municipal, ou que tinham dívidas a negociar. E repassava parte desse valor ao prefeito.
O esquema teria começado na Riotur, empresa pública de turismo do município, mas se espalhou para outras secretarias. Ao chegar à Cidade da Polícia, no início da manhã, Crivella se defendeu das acusações e se disse perseguido politicamente.
Crivella já havia sido alvo de um mandado de busca e apreensão referente ao QG da propina em setembro, e outra operação realizada em março também apreendeu materiais de vários acusados.
Na denúncia apresentada à Justiça, o Ministério Público detalha que as primeiras informações sobre o esquema foram obtidas por meio de uma delação premiada, que foram confirmadas por documentos apresentados pelo próprio colaborador, e também por mensagens interceptadas no celular de acusados, após o cumprimento das buscas e apreensões.
Todos os presos, incluindo o prefeito, terão que passar por uma audiência de custódia em até 24 horas, o que vai definir se a prisão preventiva será mantida ou não. Crivella foi preso a nove dias de concluir o seu mandato no executivo municipal, já que não foi reeleito este ano.
Como o vice-prefeito Fernando Mcdowell morreu em 2018, quem assume o executivo carioca, até a posse do prefeito eleito Eduardo Paes, é o presidente da Câmara de Vereadores, Jorge Felipe.
Por Tâmara Freire - Rio de Janeiro
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