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quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Nordeste está em festa pelos 111 anos do nascimento do Rei do Baião, Luiz Gonzaga

Em Exu, na cidade natal do Gonzagão acontecerão shows com artistas consagrados em comemoração à data especial



Se estivesse vivo, o Rei do Baião, Luiz Gonzaga estaria completando 111 anos neste dia, 13 de dezembro de 2023. Um dos maiores ícones da música popular brasileira, o “Velho Lua” como era conhecido, colecionou sucessos na carreira artística. Nascido no ano de 1912, no Sítio Caiçara, em Exu, no Sertão de Pernambuco, Gonzaga começou sua jornada musical ainda jovem.

Filho do também sanfoneiro Januário, com Ana Batista, revolucionou a música brasileira ao popularizar o baião nas décadas de 1940 e 1950. Foi influenciado pelas raízes nordestinas e pelos ritmos tradicionais da região, e influenciou Geraldo Vandré, Raul Seixas, Gilberto Gil, Caetano Veloso e outros famosos e anônimos.

 


Conquistou uma legião de fãs durante e depois de sua trajetória, passando de geração a geração seu legado. Entre eles está o Sr. Manoel Carlos, 86 anos, residente na cidade de Limoeiro, Agreste de Pernambuco. O sanfoneiro relata um pouco da convivência com Gonzaga.

 


“Além das histórias que tenho com o “Velho Lua”, possuo um acervo particular vasto sobre o Rei do Baião, com discos, livros, álbuns e histórias sobre o artista. E inspirado nele que compôs uma música homenageando a cidade de Limoeiro”, afirma Manoel. Destaca-se também sua convivência e importante amizade com Marinês, considerada a Rainha do Xaxado, filha de São Vicente Férrer, a terra da banana, uva e da goiaba, localizada no Agreste Setentrional de Pernambuco.

Inspiração para a família

 


Luiz Fausto, sobrinho de Luiz Gonzaga, mais conhecido como Piloto Gonzaga, destaca que o artista era uma pessoa muito bem humorada. Colocava apelido nos que dele fosse próximo. “Dominguinhos, Piloto, Salário Mínimo, foram nome que ele “batizou” e até hoje permanece. Era um homem de fé, era generoso, ajudava as igrejas e a quem o procurasse. O São João com Gonzagão era sinônimo de multidão”, ressaltou Fausto.

Registro da história consagrada do artista

Em 2022, o escritor Paulo Vanderley lançou o livro “Luiz Gonzaga: 110 anos do nascimento” sobre o Rei do Baião e comentou detalhes do material. “A inspiração do livro veio do próprio Gonzaga, suas obras e tradições. Foram mais de trinta anos de pesquisa e colecionando tudo sobre o artista para chegarmos a essa obra prima sobre a vida de Luiz Gonzaga”, destacou o autor.

A trajetória de Luiz Gonzaga é o ápice dos festejos juninos em todo o Brasil, mas principalmente no Nordeste

 


No início da carreira, o Rei do Baião tocou pelas ruas do Rio de Janeiro em troca de algum dinheiro, depois pelos cabarés do bairro da Lapa. Ao participar de um programa de calouros da rádio, tocando a música “Vira e Mexe”, Luiz ganhou o prêmio de primeiro lugar. Na sequência, foi convidado pelo diretor artístico da RCA, para gravar um disco e gravou dois.

 


Seu talento como músico, cantor e compositor divulgou o nome de Pernambuco no Brasil e no mundo. Seu timbre inconfundível, combinado a habilidade de tocar a sanfona, tornou-o num dos artistas mais queridos e respeitados do país e ainda o levou a conquistar incontáveis fãs, com hits como "Asa Branca", "Baião" e "Xote das Meninas".

 


Ele era considerado um artista completo, por sua criatividade, importância e generosidade no meio musical. Em cinco anos, Gonzaga gravou cerca de setenta músicas. Fez parcerias importantes como Miguel Lima e Humberto Teixeira. Em 1945 gravou o seu primeiro disco como sanfoneiro e cantor, com a música "Dança Mariquinha". A trajetória de Luiz Gonzaga é o ápice dos festejos juninos em todo o Brasil, mas principalmente no Nordeste.

 


Luiz Gonzaga partiu, deixando uma esposa, dois filhos adotivos e um incalculável legado para a música brasileira. Suas contribuições para a valorização das tradições nordestinas e a popularização do baião o eternizaram como um dos maiores ícones da nossa história musical. Mesmo após tantos anos, sua música continua a encantar gerações e sua memória permanece viva na lembrança dos brasileiros. Sua música o tornou símbolo de luta, perseverança e resistência, representando o Nordeste do Brasil.

 

Referência no Agreste e Mata Norte

Na década de 90, a música “Ave Maria Sertaneja” era tocada na voz de Luiz Gonzaga, nas principais rádios do Agreste e Mata Norte do estado de Pernambuco, de modo especial na cidade de Limoeiro, como um hino sempre às 18h, como a hora da Ave Maria. Muito tocada, ficando marcada na memória mais afetiva dos católicos.

Viva Gonzagão

 


Durante essa semana a cidade de Exu estará em festa em comemoração aos 111 anos do nascimento de Luiz Gonzaga. Do dia 13 a 17 de dezembro, em alguns lugares do município acontecerão shows com artistas consagrados em memória ao “Velho Lua”. Estão confirmados para as apresentações Alcymar Monteiro, JM Puxado, Memel Carvalho, Socorro & Mazé, Robertinho do Acordeon, Lucas Aguiar Sanfoneiro entre outros.


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