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terça-feira, 20 de agosto de 2024

MEC vai destinar mais recursos diretamente às escolas

Resoluções, publicadas na segunda-feira (19), ampliam investimentos para escolas de acesso remoto e ações voltadas à diversidade, além de fomentar a parceria entre a escola, a família e a comunidade, na perspectiva da educação integral


O Ministério da Educação (MEC), por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), publicou nesta segunda-feira, 19 de agosto, duas resoluções que tratam da destinação de recursos para o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) nas modalidades Programa Escola e Comunidade (Proec) e PDDE Equidade.

O Proec visa fomentar a parceria entre a escola, a família e a comunidade, na perspectiva da educação integral, por meio da participação de estudantes, profissionais da educação, familiares e membros da comunidade em projetos de formação que envolvam a promoção da cidadania; da cultura de paz; da democracia; e da melhoria da qualidade da educação pública brasileira.

“O PDDE Escola e Comunidade é uma estratégia fundamental dentro do Programa Escola e Comunidade, que garantirá o financiamento de projetos de formação em mais de 26 mil escolas em todo o Brasil. Uma das ações previstas nesses projetos é a realização de oficinas sobre prevenção a violências. Com isso, mais de 65% dos municípios brasileiros terão, ao menos, uma escola engajada em debates sobre essa importante temática”, afirmou a secretária de Educação Básica, Kátia Schweickardt.

Uma das ações previstas no PDDE Escola e Comunidade é a realização de oficinas sobre prevenção a violências. Com isso, mais de 65% dos municípios brasileiros terão, ao menos, uma escola engajada em debates sobre essa importante temática.” Kátia Schweickardt, secretária de Educação Básica do MEC

Já o PDDE Equidade, criado pela nova norma, consiste na destinação anual de recursos financeiros, em caráter suplementar, às escolas públicas de educação básica. O propósito é aprimorar as condições de oferta e a infraestrutura física e pedagógica das escolas, para garantir o direito à educação a todos os estudantes, a superação das desigualdades educacionais e a promoção da diversidade.

“A grande novidade dentro do PDDE Equidade são as faixas voltadas à diversidade. Elas têm a função de tentar induzir ações pedagógicas dentro das escolas, como a implementação das diretrizes da educação para as relações étnico-raciais nas escolas e também para a educação escolar quilombola. As escolas que vão receber esses recursos, por exemplo, são aquelas que apresentarem maior desigualdade de aprendizagem entre crianças negras e brancas”, explicou a secretária de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão, Zara Figueiredo.

É preciso pensar o que a equidade significa do ponto de vista de organização da sala de aula, da formação de professores, de organização do currículo, mas é preciso também colocar uma concepção de equidade por trás dos recursos financeiros que chegam até a escola.” Zara Figueiredo, secretária de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão

Ela acredita que, para estabelecer condições mais igualitárias na educação, é necessário não só um projeto político-pedagógico voltado a isso, mas também investimento financeiro. “É preciso pensar o que a equidade significa do ponto de vista de organização da sala de aula, da formação de professores, de organização do currículo, mas é preciso também colocar uma concepção de equidade por trás dos recursos financeiros que chegam até a escola”, defendeu.

Proec – A Resolução nº 16/2024 institui os critérios de destinação de verbas do PDDE Proec às escolas públicas da educação básica das redes estaduais, municipais e distrital. Neste momento, serão priorizados, entre outros critérios, três grupos de escolas: aquelas localizadas na mesorregião do Marajó; aquelas que aderiram ao Programa Escola em Tempo Integral; e aquelas que apresentam menores índices de nível socioeconômico e maior número de matrículas.

Os recursos financeiros deverão ser empregados para realização de oficinas, palestras, visitas guiadas ou outras iniciativas voltadas à promoção da cultura de paz no ambiente escolar, previstas no projeto de formação. Este é o instrumento de planejamento das ações propostas, que deve ser enviado pelo diretor escolar via PDDE Interativo. A adesão ao Proec é realizada pela secretaria estadual ou municipal de educação, pelo módulo Plano de Ações Articuladas (PAR), do Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle do Ministério da Educação (Simec).

O valor de repasse para cada unidade escolar será calculado tomando como parâmetro o número de estudantes do público do programa matriculados na escola, extraído do Censo Escolar, conforme a tabela abaixo:

Número de estudantes do público do programa matriculados na escola


Valor de repasse por escola (100% custeio)



Até 500


R$ 2.500



De 501 a 1.000


R$ 3.000



Acima de 1.000


R$ 3.500

Equidade – A Resolução nº 17/2024 dispõe sobre orientações, diretrizes, objetivos e beneficiários do PDDE Equidade. A iniciativa destina investimentos a Salas de Recursos Multifuncionais (SRM), à melhoria da infraestrutura e ao provimento de água e esgotamento sanitário para escolas de acesso remoto, além de suportar a oferta da educação especial; bilíngue de surdos; de jovens e adultos; do campo; indígena; e quilombola. O PDDE ainda apoia a redução de desigualdades e temáticas que visam à valorização da diversidade, são elas: a educação para as relações étnico-raciais, os direitos humanos, a sustentabilidade e o protagonismo juvenil.

Os critérios de elegibilidade privilegiam escolas que não tenham sido beneficiadas anteriormente, funcionem em prédio próprio e estejam localizadas em contexto de maior vulnerabilidade social, entre outros fatores, detalhados na resolução.

Os recursos podem ser usados para aquisição de materiais pedagógicos e mobiliário escolar; compra de itens de acessibilidade; contratação de mão de obra e serviços; avaliação de aprendizagem; implementação de projeto pedagógico; e desenvolvimento de atividades educacionais, visando à implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para cada modalidade e temática.

Os valores a serem repassados para melhorias na infraestrutura da educação especial e nas escolas do campo, indígenas e quilombolas serão calculados na proporção de 80% da despesa de capital e de 20% da despesa de custeio das escolas, a partir do número de matrículas de estudantes elegíveis para cada programa naquela unidade de ensino, segundo o Censo Escolar.

Já o cômputo para repasse dos recursos voltados à ampliação da oferta de ensino em modalidades e temas das diversidades será realizado na proporção de 20% da despesa de capital e de 80% da despesa de custeio das escolas. Esse cálculo se deu pela soma do valor fixo (definido para cada estabelecimento de ensino) e do valor variável (de acordo com o número de matrículas de estudantes elegíveis para cada programa naquela unidade), também segundo o Censo Escolar.

A tabela abaixo detalha os investimentos:

Programa


Número de estudantes do público do programa matriculados na escola


Valor de repasse por escola (100% custeio)

Programa Sala de Recursos Multifuncionais (PDDE SRM) e Programa Água, Esgotamento Sanitário e Infraestrutura nas Escolas em Áreas Rurais (PDDE Água, Esgotamento Sanitário e Infraestrutura nas Escolas do Campo, Indígenas e Quilombolas).

Até 50 alunos.


R$ 30.000.



De 51 a 150 alunos.


R$ 35.000.

Acima de 151 alunos.


R$ 45.000.



Programa


Valores de referência


Programa Diversidades (PDDE Diversidades) nas modalidades:


Educação especial;


Educação bilíngue de surdos; e


Educação do campo.

As escolas aptas irão receber um valor fixo de R$ 1.850 e mais R$ 20 por estudante do público do programa, por ano. O teto para o total repassado por programa para cada escola será de R$ 3.700.

Programa Diversidades (PDDE Diversidades) nas modalidades:


Educação de jovens e adultos;


Educação escolar indígena;


Educação escolar quilombola; e


Educação para as relações étnico-raciais.

As escolas aptas irão receber R$ 20 por estudante do público do programa, por ano. O teto para o total repassado por programa para cada escola será de R$ 3.700.

Programa


Número de estudantes do público do programa matriculados na escola


Valor de repasse por escola (100% custeio)



Programa Diversidades (PDDE Diversidades) nas modalidades:


Escolas sustentáveis;


Educação para as juventudes; e


Educação em direitos humanos.


Até 30 alunos.


R$ 1.850.



Entre 31 e 80 alunos.


R$ 2.775.



Acima de 80 alunos.


R$ 3.700.

De acordo com a norma, o valor a ser repassado às escolas obedecerá às memórias de cálculo e às listas de priorização publicadas anualmente pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC. A adesão das instituições de ensino será realizada a partir de uma seleção prévia de escolas, elaborada pela Secadi. Após isso, os gestores escolares deverão efetuar a adesão por meio de um sistema próprio do PDDE Equidade, a ser divulgado pelo MEC. As secretarias municipais, estaduais e distrital de educação deverão, então, pactuar a responsabilidade de apoiar todas as escolas contempladas.

Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da SEB e da Secadi

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