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segunda-feira, 30 de setembro de 2024

HC-UFPE realiza tratamento inovador no SUS contra o câncer hepatobiliar

Equipes da Radiologia Intervencionista, Oncologia e Cirurgia Geral do HC realizam radiofrequência percutânea para tratar idosa


Uma paciente idosa, de 68 anos, acompanhada pela Área Assistencial de Cirurgia Geral do Hospital das Clínicas da UFPE passou por um procedimento inovador no Sistema Único de Saúde (SUS) para tratamento de um câncer hepatobiliar, por meio da ablação (uma espécie de “queimagem”) por radiofrequência percutânea. Os resultados preliminares indicam a melhora da paciente, sinalizando a possibilidade de um tratamento eficaz para esse tipo de câncer e pouco invasivo. O HC é uma unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
 
“Uma radiografia de controle realizada 15 dias após a ablação revelou uma desobstrução parcial do canal biliar, demonstrado que esse tratamento poderá se tornar uma alternativa promissora para esse tipo de câncer irressecável (tumor que não pode ser removido cirurgicamente)”, comenta o coordenador da Área Assistencial de Radiologia Intervencionista do HC, Laécio Leitão, um dos responsáveis pelo procedimento.
 
Ela está reagindo bem ao tratamento. “Ela melhorou da icterícia, está se alimentando melhor e ganhando peso, sinais clínicos que corroboram a resposta clínica ao tratamento. Ela entraria em cuidados paliativos, então, já é uma resposta parcial ao tratamento. Segue sendo acompanhada pelo ambulatório de cirurgia oncológica e recebendo orientações sobre nutrição, apoio psicológico, avaliação dos exames sanguíneos, etc”, pontua Laécio Leitão.
 
A paciente foi encaminhada ao HC pela Secretaria Estadual com um quadro de saúde marcado por icterícia, febre, emagrecimento de mais de 15 quilos e muita fraqueza. Após a realização de vários exames, incluindo tomografia e ressonância magnética, ela foi diagnosticada com um tumor avançado no canal biliar, chamado colangiocarcinoma. “Diante de um estado geral desfavorável e estando a paciente bastante fraca e consumida pela doença, a cirurgia curativa seria impossível”, explica o médico que acompanha a paciente, o cirurgião Miguel Arcanjo.
 
A alternativa para a melhora da paciente foi o uso de uma nova tecnologia chamada radiofrequência endobiliar, que permite a destruição de células cancerígenas, por meio da elevação da temperatura local. “Esse dispositivo está montado na extremidade de um cateter, que é introduzido através do fígado por um corte de 3 milímetros e guiado por um aparelho de raios-x chamado angiógrafo”, relata Laécio Leitão.
 
Leitão explica ainda que, num primeiro momento, houve a drenagem do canal biliar obstruído pelo tumor, o que permitiu a melhora da icterícia e da infecção na paciente. Cinco dias depois, foi realizada a ablação (“queimagem”) do tumor por radiofrequência. 
 
“Trabalhamos em cooperação contínua com as áreas de Oncologia, Patologia e Radiologia Intervencionista, buscando oferecer o mais adequado tratamento para o paciente com neoplasia. Nesse sentido, o HC está sempre na vanguarda das pesquisas e avanços na saúde, cumprindo seu papel como hospital universitário”, completa o coordenador da Área Assistencial de Cirurgia Geral do HC, Álvaro Ferraz.
 
 
Sobre a Ebserh

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

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