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quinta-feira, 14 de agosto de 2025

“País soberano tem que cuidar de educação, alimentação e saúde”, diz Lula na inauguração da fábrica da Hemobrás em Pernambuco

“Um país soberano, ele tem que cuidar de três coisas: da educação, de garantir alimento para todo mundo, porque a segurança alimentar é uma coisa primordial. E, ao mesmo tempo, a gente garantir a questão da saúde. Isso aqui chama-se soberania nacional. A Hemobrás veio para ficar e vai ser a maior fábrica da América Latina. E veio para mostrar que o Brasil é soberano”.

Se a gente não investir em educação, não tem mão de obra qualificada, não tem sequer competitividade internacional

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

Com essas palavras, ditas para reafirmar tanto a importância da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) quanto da soberania nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta quinta-feira, 14 de agosto, em Goiana (PE), da cerimônia de inauguração da Fábrica de Hemoderivados da Hemobrás.

A empresa é uma estatal com 100% do capital social pertencente ao Governo Federal, vinculada ao Ministério da Saúde (MS) e que tem como função social garantir aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) o fornecimento de medicamentos derivados do sangue e/ou obtidos por meio de engenharia genética, com produção nacional.

A nova unidade é um marco na produção de medicamentos essenciais ao SUS e representa um passo decisivo rumo à autossuficiência do país no setor de hemoderivados. Com investimento total de mais de R$ 1,9 bilhão, vai beneficiar milhões de usuários do SUS em todo o país por meio da oferta de medicamentos usados no tratamento de hemofilia, infecções e doenças raras, queimaduras graves e no atendimento de terapia intensiva, além de criar 2 mil vagas de trabalho direto e 8 mil vagas indiretas. Com a entrada em operação, a Hemobrás amplia gradualmente a produção nacional, incorpora novos medicamentos e fortalece a política pública de acesso universal e gratuito.

Ao longo de seu discurso, Lula ressaltou a importância da educação para o desenvolvimento nacional e elogiou a qualidade da mão de obra da equipe da Hemobrás. “Se a gente não investir em educação, se a gente não tem mão de obra qualificada, a gente não tem sequer competitividade a nível internacional. Possivelmente não tenha lugar nenhum com profissionais tão qualificados quanto a Hemobrás tem”, afirmou o presidente.

CINCO “S” – Presente ao evento, o ministro da Saúde afirmou que a inauguração da Fábrica de Hemoderivados da Hemobrás representa um marco de cinco pontos para o país, todos marcados pela letra S.“O dia de hoje tem um marco e um símbolo de uns cinco S: o S da saúde, o S do SUS, o S da segurança, o S da soberania e o S daqueles que acreditam que o Brasil é com S. Porque Brasil com Z não faz uma Hemobrás. Não faz uma fábrica como essa no interior do Nordeste brasileiro, no estado de Pernambuco, se transformando para a América Latina e para o mundo numa das maiores fábricas que produzem vida”, afirmou o ministro.

BANCOS DE SANGUE – Alexandre Padilha lembrou que, antes da Hemobrás, o Brasil vivia uma realidade muito dura no setor de hemoderivados. “A luta pelo SUS começou em parte pela luta contra o descalabro que eram os bancos de sangue no país. Quando a rede era só privada, quando as pessoas eram pagas para doar sangue e se comprava o sangue. Quando os hospitais, as santas casas, hospitais privados, para garantir a albumina, para garantir o plasma, para garantir um fator fundamental para garantir a coagulação, tinham que comprar esse produto no banco de sangue. Quantos pacientes não morreram de hepatite A, de hepatite B, de hepatite C e do HIV, de doenças que a gente nem sabia que existiam lá no final dos anos 70, anos 80?”.

“Hoje é, acima de tudo, um dia de segurança para as famílias brasileiras. De segurança para as pessoas que sofrem com essas doenças, de segurança para cada profissional de saúde, seja do SUS ou do setor privado. A segurança desses profissionais que vão prescrever um medicamento 100% produzido no Brasil, 100% certificado pela Anvisa, com 100% qualidade”, frisou Padilha.

Hoje é, acima de tudo, um dia de segurança para as famílias brasileiras. De segurança para as pessoas que sofrem com essas doenças, de segurança para cada profissional de saúde, seja do SUS ou do setor privado. A segurança desses profissionais que vão prescrever um medicamento 100% produzido no Brasil, 100% certificado pela Anvisa, com 100% qualidade”

Alexandre Padilha, ministro da Saúde

DOAÇÃO VOLUNTÁRIA – A presidenta da Hemobrás, Ana Paula Menezes, destacou o caráter altruísta de todos aqueles que doam sangue no país. “Aqui no Brasil o plasma que vem da doação voluntária, altruísta, do nosso povo tem que voltar como medicamento para o nosso povo”, afirmou.

“Temos hoje em média 800 empregados e colaboradores na nossa fábrica. Já fomos autorizados neste ano a contratar pelo concurso mais 300 profissionais. Na inspeção da Anvisa, há 15 dias, o que a Anvisa mais destacou foi a qualidade do nosso time, a qualidade técnica e o compromisso com o que eles estão fazendo no dia a dia. E esse compromisso não é somente porque eles estão produzindo medicamentos para salvar vidas e melhorar a vida da população. Só isso já seria suficiente. Mas é o compromisso também de quem sabe que está desenvolvendo um projeto de cidadania, garantindo que o plasma do brasileiro venha para a nossa fábrica e se transforme em medicação”, reforçou Ana Paula Menezes.

AUTOSSUFICIÊNCIA – Representando a governadora do estado, Raquel Lyra, a vice-governadora Priscila Krause afirmou que a inauguração da Fábrica de Hemoderivados da Hemobrás é mais um passo para que o país se torne autossuficiente na produção de hemoderivados. “É mais um importante ponto de chegada de uma longa batalha de muitos. Um momento histórico, que aponta de forma firme, consistente e esperançosa para a tão desejada autossuficiência da produção de hemoderivados, essencial para a saúde de milhões de brasileiros, bem como para a soberania nacional. A inauguração da fábrica de hemoderivados nos possibilita entrar em outra fase do processo de transferência de tecnologia para a fabricação nacional de albumina e imunoglobulina, fator 8 e fator 9”, declarou.

TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA – Atualmente, a Hemobrás abastece o sistema público com produtos obtidos por meio de acordos de transferência de tecnologia. Em 2024, entregou um recorde de 552 mil frascos de hemoderivados e 870 milhões de Unidades Internacionais de medicamentos recombinantes. A nova fábrica permite que o Brasil produza, em quatro anos, até 500 mil litros de plasma fracionado por ano e seis tipos de medicamentos.

QUALIFICAÇÃO — Com a inauguração dos blocos B02 (fracionamento do plasma) e B03 (envase e liofilização) e a entrega dos equipamentos, a nova fábrica inicia a qualificação de processos, uma condição obrigatória no setor farmacêutico. A expectativa é que no próximo ano a empresa comece a fracionar o plasma, processo onde são obtidas as proteínas que servem de matéria-prima e que, após refinadas, se transformam nos medicamentos.

VOLUME – Ano após ano, de forma escalonada, a Hemobrás pretende ampliar o volume de plasma fracionado e a quantidade de medicamentos produzidos. A iniciativa reforça o compromisso do Governo Federal em garantir segurança sanitária, reduz a dependência externa e assegura que tecnologias de ponta estejam a serviço da população brasileira.

COMO FUNCIONA — A Hemobrás atualmente recolhe plasma excedente de 72 hemocentros públicos e serviços de hemoterapia em todo o país. Esse insumo, que hoje é enviado para processamento no exterior, passa a ter maior parcela de produção no território nacional, impulsiona a indústria de biotecnologia e fortalece o Complexo Econômico-Industrial da Saúde.

PRODUÇÃO NACIONAL — Inaugurada em abril do ano passado, a Fábrica de Medicamentos Produzidos por Biotecnologia, no bloco B07 do Complexo Industrial da Hemobrás, comemorou o fechamento do primeiro lote do Hemo-8r (Fator de Coagulação VIII recombinante) embalado em Goiana. Após passar por todas as fases de qualificação de equipamentos e processos, a planta recebeu inspeção da Anvisa em julho e recebeu o certificado de Boas Práticas de Fabricação. Assim, está apta a realizar a primeira das três etapas de produção nacional e vai entregar aos SUS 300 mil frascos do Hemo-8r até o final do ano. O próximo passo, ainda no segundo semestre, será o início da segunda etapa, envasando o primeiro lote de medicamentos. E até o final de 2026, fecha a última etapa, com a fabricação do IFA (insumo farmacêutico ativo).

Fonte: Gov.br

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