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terça-feira, 25 de novembro de 2025

Saúde auditiva em foco: Novembro Laranja amplia o debate sobre zumbido, misofonia e hiperacusia

Campanha nacional reforça a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para sintomas que afetam a qualidade de vida de milhões de brasileiros

O som constante de um apito, chiado ou zumbido que parece não ter fim. Para milhões de brasileiros, essa é uma realidade diária que interfere no sono, na concentração e até nas relações pessoais. Durante o mês de novembro, o país se une na campanha Novembro Laranja, movimento de conscientização sobre o zumbido, a misofonia e a hiperacusia, sintomas auditivos que impactam significativamente a qualidade de vida e que merecem atenção médica especializada.

De acordo com Dr. Francisco de Biase, médico otorrinolaringologista do Hospital Santa Luzia, os sintomas costumam ser subestimados pelos pacientes, o que retarda o diagnóstico e agrava o quadro. “Muitos acreditam que o zumbido é algo normal da idade ou que não tem tratamento, mas isso é um mito. Quanto antes o paciente busca ajuda, maiores são as chances de controlar o sintoma e evitar impactos emocionais e sociais”, explica o especialista.

COMO SURGE A CAMPANHA

Com o passar dos anos, o movimento ganhou força e, desde 2017, passou a incluir também a misofonia, que se caracteriza pela intolerância a sons repetitivos de baixa intensidade, como o barulho de mastigação ou o clique de uma caneta, e a hiperacusia, definida como a sensibilidade exagerada a sons comuns do dia a dia. Embora diferentes entre si, essas condições têm em comum o fato de afetarem o bem-estar físico e emocional, podendo levar à ansiedade, isolamento social e queda de desempenho no trabalho ou nos estudos.

De acordo com dados publicados em fevereiro de 2025 pela Organização Mundial das Nações Unidas (ONU), mais de 5% da população mundial necessita de reabilitação para tratar a perda auditiva incapacitante. A projeção é de que, até 2050, mais de 700 milhões de pessoas, ou 1 em cada 10 habitantes, vivam com algum grau de perda auditiva grave.

No Brasil, segundo a Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde, cerca de 28 milhões de pessoas convivem com o zumbido, um sintoma que afeta diretamente a qualidade de vida e reforça a necessidade de campanhas contínuas de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento especializado.

TRATAMENTO

O tratamento pode envolver desde terapias sonoras e uso de próteses auditivas até acompanhamento multidisciplinar com fonoaudiólogos e psicólogos. Segundo Dr. Francisco, a orientação é sempre procurar avaliação profissional diante de qualquer alteração auditiva. “A prevenção ainda é o melhor caminho. Evitar o uso excessivo de fones de ouvido em volume alto, cuidar da alimentação e realizar exames auditivos periódicos são atitudes simples que fazem diferença a longo prazo”, reforça o otorrino.

O Novembro Laranja reforça, ainda, a importância de combater o estigma de que “não há o que fazer” diante desses sintomas. A campanha incentiva o diálogo, o acesso à informação e a busca por atendimento especializado, mostrando que há, sim, caminhos para o alívio e a melhora da qualidade de vida.

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