Por Cecília Vieira, do Lika
Segundo a biomédica Laura Durão, a síndrome de Raine é uma síndrome genética rara e, normalmente, letal ainda no período fetal ou perinatal com poucas informações disponíveis acerca da apresentação da doença em pacientes adultos. “Com este trabalho, pudemos não só determinar o diagnóstico do paciente que foi reavaliado, como também contribuir com mais informações na literatura médica, uma vez que o paciente em questão é um adolescente de 14 anos e existem poucos relatos de como a síndrome de Raine afeta adolescentes e adultos a longo prazo.
SEQUENCIAMENTO GENÉTICO
O sequenciamento genético foi uma etapa fundamental para que os pesquisadores pudessem chegar a um diagnóstico, e também fornecer orientações necessárias visando uma melhor qualidade de vida desses pacientes. Laura Durão reforça que os grupos de pesquisa que trabalham com doenças genéticas são extremamente necessários porque sem eles muitos pacientes não teriam sequer um diagnóstico. “Sem esse trabalho, provavelmente, esses pacientes ainda estariam sem diagnóstico porque alguns deles não possuem condições para pagar por um teste genético em laboratórios particulares. O nosso estudo assim como o de milhares de alunos de pós-graduação do país permite que esses pacientes tenham acesso a um diagnóstico mais certeiro, e orientações primordiais como a busca por um acompanhamento multidisciplinar para que tenham mais qualidade de vida”.
Para o orientador da pesquisa e professor associado em Neuropsiquiatria no Centro de Ciências Médicas (CCM) da UFPE, João Ricardo de Oliveira, é necessário tanto do ponto de vista social quanto científico estudar, diagnosticar e tratar as doenças raras porque apesar de serem enfermidades que não chamam tanto a atenção da sociedade, já que não atingem um grande quantitativo de pessoas, elas podem trazer diversos prejuízos na vida dos pacientes. “Estamos falando de genes que regulam o desenvolvimento do sistema nervoso central. Pacientes com a síndrome de Primrose, por exemplo, apresentam mais chances de terem diabetes, problemas auditivos e problemas emocionais cognitivos. Apesar de ser uma doença rara, aquele genes impacta em outras funções do corpo de maneira isolada. Os exames genéticos apesar de caros, têm um poder de resolução muito grande, podemos encurtar anos de pesquisa e diagnóstico”, explica.
Mais informações
Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (Lika-UFPE)
(81) 2101.2508
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