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terça-feira, 22 de novembro de 2022

Mulheres glosadoras do Sertão pernambucano estreiam em festival de literatura internacional, no RJ

Projeto “Mulheres de Repente”, é composto por cinco jovens, moradoras da Zona Rural, do Sertão do Pajeú, interior de Pernambuco, que buscam propagar, por meio dos versos de improviso, suas vivências, mas, sobretudo, atuar no enfrentamento à violência de gênero. Elas vão participar, pela primeira vez da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que acontece no Rio de Janeiro, entre os dias 25 a 27 deste mês


Nesta quarta-feira, dia 23, um grupo formado por oito jovens repentistas, moradoras de áreas rurais, de cinco cidades do Sertão do Pajeú, em Pernambuco, embarcam, rumo à 20ª edição da tradicional Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que acontece no Rio de Janeiro. Esta  é a primeira vez que o projeto “Mulheres de Repente”, composto pelas glosadora e idealizadora do grupo, Luna Vitrolira (Tracunhaém); juntamente com as poetisas Elenilda Amaral, 35, (Afogados da Ingazeira); Francisca Araújo, 27,(Iguaracy); Milene Augusto, 20, (Solidão); e Thaynnara Queiróz, 30, (Afogados da Ingazeira); e  Dayane Rocha, 26 (Brejinho de Tabira); participam do evento. Também reforçam o time, as produtoras do projeto, da cidade do Recife, Taciana Enes, 41, e Vick Vitoria, 61. 


Durante os dias 25, 26 e 27, as jovens realizam apresentação da Mesa de Glosas -  uma das importantes modalidades poéticas da tradição do improviso que representa a riqueza e a diversidade do sistema literário popular nordestino, presente, principalmente, na identidade cultural das cidades da região do Sertão do Pajeú, interior de Pernambuco. A proposta da atividade é transmitir, para os participantes da FLIP,  uma vivência imersiva e prática da cultura literária pernambucana, como construção de poesias e versos a partir do olhar para fatos, experiências e vivências do dia a dia das mulheres. O espaço também tem como objetivo contribuir para o incentivo ao intercâmbio cultural entre artistas do Nordeste e do Sul do Brasil. 




“Quando pensamos no universo da literatura popular e, mais especificamente o Repente, durante muito tempo, foi reproduzido o discurso de que não existiam mulheres improvisadoras, cantadoras e glosadoras. Porém, o que se sabe é que, nós, nordestinas, sempre lutamos por sair dessa invisibilidade. Isso foi um comportamento criado por homens machistas, que violavam o poder que nós, mulheres, sempre tivemos de ser poetas e glosadoras. Agora, chegou a hora de mostrar nossa liderança, força e arte, para além das questões de gênero. É preciso reconhecer o talento de todas nós, mulheres de raça, talento, coragem e donas de si, sobretudo de nossas palavras que ecoam o mundo. Queremos ser porta-voz do amor, do carinho, da solidariedade e, principalmente, da justiça social”, relata a idealizadora do grupo, multiartista e responsável por mediar a Mesa de Glosas, na Flip, Luna Vitrolira. 


Além da Mesa de Glosas, as meninas do projeto “Mulheres de Repente” comandam o workshop: “Glosa: nuances da oralidade e da escrita”, cuja ideia  é repassar conhecimentos sobre os processos criativos e cognitivos para criação de versos,  como técnica, métrica, escrita, memorização, agilidade, repertório, e questões de gênero que trazem para luz debates importantes sobre as mudanças na modalidade a partir do protagonismo feminino. Ao todo, serão 4 horas-aulas, com direito a certificado de participação. 



“Quando pensamos no universo da literatura popular e, mais especificamente o Repente, durante muito tempo, foi reproduzido o discurso de que não existiam mulheres improvisadoras, cantadoras e glosadoras. Porém, o que se sabe é que, nós, nordestinas, sempre lutamos por sair dessa invisibilidade. Isso foi um comportamento criado por homens machistas, que violavam o poder que nós, mulheres, sempre tivemos de ser poetas e glosadoras. Agora, chegou a hora de mostrar nossa liderança, força e arte, para além das questões de gênero. É preciso reconhecer o talento de todas nós, mulheres de raça, talento, coragem e donas de si, sobretudo de nossas palavras que ecoam o mundo. Queremos ser porta-voz do amor, do carinho, da solidariedade e, principalmente, da justiça social”, relata a idealizadora do grupo, multiartista e responsável por mediar a Mesa de Glosas, na Flip, Luna Vitrolira. 


Além da Mesa de Glosas, as meninas do projeto “Mulheres de Repente” comandam o workshop: “Glosa: nuances da oralidade e da escrita”, cuja ideia  é repassar conhecimentos sobre os processos criativos e cognitivos para criação de versos,  como técnica, métrica, escrita, memorização, agilidade, repertório, e questões de gênero que trazem para luz debates importantes sobre as mudanças na modalidade a partir do protagonismo feminino. Ao todo, serão 4 horas-aulas, com direito a certificado de participação. 


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